segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Guardar o Sábado ou o Domingo: conhecendo o dia do Senhor








“No dia do Sol todos nos congregamos... Porque nesse dia ressuscitou dentre os mortos Jesus Cristo, nosso Salvador”. (São Justino).

       
De onde vem este nome?  

São João, no Apocalipse, é o primeiro autor sagrado que fala do “ Dia do Senhor”: Eu, João, vosso irmão e companheiro na tribulação, na realeza e na perseverança em Jesus, encontrava-me na ilha de Patmos, por causa da Palavra de Deus...” (cf. Ap 1,9-10a). No final do século I a Didaqué também faz menção deste nome: “Reuni-vos cada Dia do Senhor, parti o pão e daí graças depois de haver confessado vossos pecados, a fim de que vosso sacrifício seja puro”.

Qual é a origem do domingo? Estes mesmo textos citados demonstram que era costume dos apóstolos assistir ao culto sinagogal, continuando logo com uma vigília que se estendia até a madrugada do primeiro dia. Havia, pois, uma justaposição do culto sabático judeu com o nascente culto dominical cristão.

O que se celebra neste dia? São Justino dá testemunho da consciência da celebração semanal da Páscoa da Igreja nascente: “nos reunimos no dia do sol, tanto porque é o primeiro dia em que Deus Criou o mundo, como porque nesse mesmo dia Cristo, Salvador, ressuscitou dentre os mortos”.(Ap. nº 67)

            Quais as característica do domingo Cristão?

A Aspersão – recordação da incorporação batismal no mistério de Cristo.
A celebração da Eucaristia e a obrigação de assistência à mesma.

Qual a origem da ideia do repouso dominical? Sua origem descansa na doutrina  vétero-testamentária do sábado. No cristianismo só se conhece a partir da segunda metade do século III. O imperador Constantino se encarregou de generalizar o descanso dominical estabelecido como lei o que já era costume bastante difundido entre os cristãos. Prescrições cada vez mais rigorosas foram aparecendo no século seguinte.

Qual é a significação teológica do domingo na tradição cristã?  Podemos considera-la em três aspectos, a saber:

O dia da Ressurreição – Aspecto Comemorativo:

Nos primeiros séculos do cristianismo, a Páscoa foi a única festa que se celebrou em toda a Igreja a sua celebração foi semanal. Concretamente, no domingo. A primazia do domingo sobre os demais, como comemoração anual, apareceu bem mais no século II. São inumeráveis os testemunhos da celebração dominical da Páscoa. Santo Inácio de Antioquia recomenda festejar o oitavo dia “Porque  nele Jesus ressuscitou dentre os mortos”. Tertuliano dá ao domingo o nome de “Dia da Ressurreição”. Posteriormente, São Jerônimo, Santo Agostinho e outros remontam aos apóstolos a instituição do domingo como “a celebração semanal da Ressurreição”.

O dia da vinda do Senhor – Aspecto escatológico.

O elemento escatológico é essencial na fé e na vida cristã. “ A Igreja, nos ensina o Concilio Vaticano II, a que todos temos sido chamados em Cristo Jesus e na qual, pela graça de Deus, adquirimos a santidade, não será elevada à sua plena perfeição senão quando chegar o tempo da restauração de todas as coisas” (At 3,21) e quando o gênero humano, também o universo inteiro, que está intimamente unido com o homem por ele alcançar seu fim, será perfeitamente renovado. (cf  Ef 1,10; Cl 1,20 e 2Pd 1,10-13).
            Isto é o que professamos todos os domingos na recitação do credo: “... de novo há de vir julgar os vivos e os mortos (...) Cremos na ressurreição da carne e na vida eterna”. (Cf. Profissão de fé).
            Como se vê esta ansiosa espera da Igreja da vinda definitiva do Senhor tem lugar, de maneira especial, na celebração litúrgica do domingo, chamado também o “oitavo dia”, quer dizer o dia que segue ao tempo, o dia eterno “que não conhece o ocaso”.

O dia da presença do Senhor – Aspecto Significativo.

A celebração dominical de Cristo ressuscitado atualiza em nossas existências sua presença e seu ministério salvífico. A constituição Sacrossanctum Concilium sobre a liturgia, no nº 7, nos mostra os vários modos da presença de Cristo e de seu ministério na Celebração Eucarística. Desta maneira se vê claro que o domingo é o dia da presença do ressuscitado. É o “aqui e o agora” da festa cristã.
Através dos distintos elementos da celebração dominical, se fazem presentes, no meio de sua Igreja, o Senhor Ressuscitado e seu mistério salvífico pascal.

           
Qual é o elemento determinante do dia do Senhor?

            Assim como o domingo se caracteriza, antes de tudo, pela reunião da comunidade eclesial para escutar a palavra de Deus e participar da Eucaristia (SC nº 106), a santificação do domingo com a Eucaristia não é algo imposto à vista do cristão, por um preceito da Igreja, mas que é um elemento constitutivo e determinante do Dia do Senhor que é por ele mesmo o dia da comunidade.

            O domingo é o dia da fraternidade cristã:

            Foi nesse dia que São Paulo quis que se fizesse uma coleta em favor dos irmãos da Igreja de Jerusalém. E segundo o testemunho de São Justino era também nesse dia que os fiéis ajudavam aos irmãos mais necessitados. A Assembléia Dominical convoca todos os fieis para reunir-se em comunidade de irmãos, testemunhas  do ressuscitado. A Eucaristia – sinal e origem da unidade – os ligava uns aos outros  com um laço profundo: a vida de Cristo. Por isso não foi difícil compreender porque desde o principio foi constituído este dia como o dia da caridade fraterna.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

O Ponto de partida para a Fé em Jesus



Morte e ressurreição, eis aí o centro da fé cristã. Nós cristãos afirmamos que Jesus de Nazaré morreu. Mas também afirmamos que ele ressuscitou. A passagem de Jesus de Nazaré da morte para a vida é o mistério central de nossa fé. E o mistério pascal, ponto de partida da fé explícita em Jesus Cristo e da reflexão cristológica, a começar com as cristologias do Novo Testamento. Embora se fale de cristologia no singular há, com efeito, diversas cristologias, porque cada uma delas faz uma abordagem do mesmo Jesus de Nazaré a partir de óticas e preocupações diferentes. Essa diversidade de cristologias, que já se faz presente no Novo Testamento, se revela uma riqueza para a fé cristã.

2.1. MORTE E RESSURREIÇÃO: CENTRO DA FÉ CRISTÃ

Se Cristo não tivesse ressuscitado seria vã a nossa fé ( l Cor 15,17), ou melhor, nem  sequer haveria fé cristã, não haveria reflexão cristológica. Cristo ressuscitou! Este é o anúncio básico de todo o cristianismo (At 2,32; 3,15). Como podemos constatar pela leitura dos textos do Novo Testamento, principalmente no final dos quatro evangelhos e nos Atos dos Apóstolos, esta notícia causou espanto e alegria nos primeiros seguidores de Jesus, bem como preocupação e reação nos poderosos da religião e da política da época. Com esta notícia, estranha e escandalosa, os discípulos e discípulas do Senhor correram o mundo, angariando adeptos, formando comunidades, suscitando esperanças e expectativas no meio de pessoas e povos oprimidos, instaurando novos projetos de vida, transformando sociedades.
            Cristo ressuscitou! Se tudo tivesse terminado na cruz, o crucificado teria sido mais um entre tantos crucificados do seu tempo, não teria havido nenhuma mudança na
história, seríamos ainda pessoas sem fé e, portanto, sem esperança. Cruz sem ressurreição é sinal de morte, de fim, de desespero, de caminho fechado, O cristianismo não é uma religião da morte, da dor, do absurdo desta vida, da renúncia aos valores deste mundo. O cristianismo anuncia, isso sim, a transformação desta vida e deste mundo.
Professamos em nosso Credo cristão: Jesus de Nazaré padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado. Mas ressuscitou! A vida venceu a morte; a morte foi tragada pelo poder da vida (1 Cor 15,54). O crucificado está vivo! Mas, quem ressuscitou não foi um qualquer. Foi uma vítima do poder religioso e do poder político. Foi um mártir das causas sociais, alguém que havia se colocado do lado dos pobres, das mulheres, dos doentes, das multidões. Alguém que se havia colocado contra os donos da religião e do poder, contra as autoridades opressoras e dominadoras do povo. Ele era um homem credenciado por Deus, havia feito sinais e prodígios em nome de Deus (At 2,22). Ele havia anunciado um Reino diferente, o Reino de um Deus diferente. Falava de Deus como de um Pai amoroso, próximo dos pecadores arrependidos, um Pai que queria vida em abundância para todos.
            Quem ressuscitou não foi uma idéia, um mito, um ideal, uma causa. Foi uma pessoa que ressuscitou. Uma pessoa que havia sido morta, rejeitada, excluída. Aquele que foi morto pela mão dos homens, Deus o ressuscitou! (At 2,23-24). Ressurreição sem morte é teatro, representação apoteótica. O cristianismo não é uma religião que põe panos quentes sobre os conflitos do mundo, não é uma religião do espetáculo, um show. A fé cristã se fundamenta em uma morte, no fim trágico de alguém que lutou pela vida. O ressuscitado é o crucificado!
 O mistério da Páscoa — passagem da morte para a vida — é centro de nossa fé. O que aconteceu com Jesus deve acontecer também conosco. A vida cristã é passagem: do egoísmo para a solidariedade, da indiferença para a participação, do ódio para o perdão, da divisão para a comunhão.
            A Páscoa de Jesus foi, por isso, ponto de partida para a Páscoa de seus discípulos e discípulas. Antes da Páscoa, eles tinham em Jesus uma fé embrionária, bem pouco amadurecida. Eles o seguiam, apreciavam suas palavras, punham-se do lado dele nas discussões contra os fariseus e sacerdotes, reconheciam-no como alguém diferente. Percebiam nele alguém que valia a pena seguir, alguém que tinha palavras de vida eterna (Jo 6,68), que saciava a sede de vida eterna (Jo 4,14), que matava não somente a fome de pão material (Jo 6,1-13), mas também do pão espiritual (Jo 6,51). As multidões viam nele um representante de Deus, um profeta, um Messias (Lc 7,16; Jo 6,14); queriam fazê-lo rei (Jo 6,15); corriam ele pedindo socorro nas necessidades (Mc 5,6. 22-23.27-28;  7,25-26); traziam-lhe os doentes e endemoninhados para serem curados (Mc 1,31), e as crianças para serem abençoadas (Mt 19,13).
            Acreditavam em Jesus. Mas não havia ainda uma fé explícita, clara, firme. Tanto é que quando Jesus foi preso, quase todos o abandonaram, Pedro o negou, os discípulos de Emaús voltaram para seus afazeres normais. Uma fé explícita só se desenvolveu após a experiência pascal, com a vinda do Espírito Santo, com a percepção de que Jesus continuava vivo no meio deles. A partir de então, eles vão compreendendo o sentido das atitudes, das opções, do comportamento, da mensagem e da morte de Jesus de Nazaré. Começam, então, a anunciar e, depois, a pôr por escrito sua mensagem de salvação. Fazem também a sua Páscoa: de uma é implícita para uma fé explícita, do escondimento e do medo para a coragem pública e o anúncio do Cristo crucificado-ressuscitado.
            Na experiência da Páscoa, encontra-se o fundamento do que será uma fé explícita e amadurecida em Jesus Cristo. Na Páscoa, inicia todo o trabalho de interpretação da vida, da paixão, da morte e da ressurreição de Jesus. Na Páscoa, tem início a cristologia.  A existência terrena de Jesus de Nazaré, vivida na obscuridade e na fraqueza, passa a ter um sentido profundamente libertador, quando os cristãos a iluminam com a luz da experiência pascal. Em Jesus Cristo, morto e ressuscitado, os primeiros cristãos percebem e confessam dois modos de existir, que caracterizam duas etapas distintas da vida do Mestre: a etapa de fraqueza, o modo humano e carnal de existir, a vida terrena, o Jesus de Nazaré pré - pascal; e a etapa da plenitude, o modo celestial e espiritual de existência, o Cristo da fé, o Jesus pós - pascal (Rm 1,3-4; lTm 3,16; l Pd 3,18; At 5,31).
            Estas duas etapas ou modos distintos de existência de Jesus explicam as duas orientações básicas da cristologia das comunidades cristãs do século I. Alguns como João e Paulo, insistem no Verbo pré-existente, no mediador de toda a criação (Jo 1,1-14; Fl 2,6-11; Cl 1,15-20) ou no Cristo ressuscitado e glorificado (Rm 6,4-11; 1 Cor 15,20). Trata-se de uma cristologia descendente, que desce do mistério para a história, da divindade para a humanidade.  Outros, como os evangelistas sinóticos, olham preferencialmente para o Jesus terrestre e, a partir daí, desenvolvem sua reflexão sobre o Cristo, Filho de Deus. Uma cristologia ascendente, que sobe da história para o mistério, da humanidade para a divindade.
            Todavia, todos partem da fé na ressurreição daquele Jesus que foi morto na cruz. O mistério pascal, a passagem da morte para a ressurreição, une inseparavelmente as duas orientações cristológicas. Na fé do Novo Testamento não existe ruptura entre o Jesus terrestre e o Cristo glorificado. Nas duas orientações básicas do Novo Testamento, está sempre presente o mesmo sujeito, embora apresentado em duas distintas etapas de sua existência.

Programação da Quarta Feira de Cinzas







Graça e Paz!


Com a celebração da Quarta Feira de Cinzas abriremos a Quaresma e com isto começamos a nossa preparação para a Páscoa do Senhor. Neste sentido, devemos nos manter atentos quanto aos horários:


QUARTA FEIRA DE CINZAS


Horários: 19:30h

Locais:

Area 1: São Pedro e São Paulo

Celebração na Igreja Matriz São Pedro e São Paulo. A área 1 tem a Matriz, Menino Jesus e Nossa Senhora de Guadalupe

Area 2: São Francisco de Assis

Celebração na Igreja de São Francisco. Para este celebração as comunidades São Francisco e Sagrado celebrarão juntas

Area 3: Santa Ana

 Celebração na Igreja de Santa Ana. Para este celebração as comunidades Santa Ana e São DAniel  celebrarão juntas


Area 4: Nossa Senhora de Nazaré

 Celebração na Igreja de Nossa Senhora de Nazaré. Para este celebração as comunidades Nossa Senhora de Fátima e Nossa Senhora de Nazaré celebrarão juntas.


***No encerramento do Cerco de Jericó serão abençoadas as cinzas para serem levadas para as comunidades