segunda-feira, 27 de outubro de 2014

PREPARAÇÃO PARA O DIA DE FINADOS








Caríssimos irmãos e irmãs,

Graça e Paz!



O próximo domingo, dia 2 de novembro é dia de finados. Por se tratar de um domingo, a nossa Paróquia manterá o horário normal. Entretanto, a pedido de alguns paroquianos que nos pediram que abençoássemos as velas para que pudessem levar ao cemitério ou mesmo para que pudessem fazer suas orações em casa. Então, comunicamos que na próxima quinta feira, dia 30 de outubro estaremos abençoando as velas nas missas na Igreja de Nossa Senhora de Nazaré e Matriz São Pedro e São Paulo, às 19:30h.

Nas missas dominicais em Nossa Senhora de Guadalupe (6:30h), São Francisco de Assis (8h), Matriz (8h), também haverá bênção para as velas.

Um bom início de semana para todos!

sábado, 25 de outubro de 2014

Horário das Missas para este final de semana





Sábado 

19:30h - Igreja de São Daniel 

19:30h - Loteamento Plano de Vida

Domingo

6:30h - Igreja Nossa Senhora de Guadalupe

8h - Igreja São Francisco de Assis

8h - Igreja Matriz

17h - Nossa Senhora de Nazaré

19h - Celebração da Palavra na Igreja Matriz

Peço a todos que divulguem!

terça-feira, 21 de outubro de 2014

A Travessia das Sombras - O novo livro do Pe Dalmo






Estamos nos aproximando do lançamento de A Travessia das Sombras, o segundo livro do Pe Dalmo Radimack da Silva. Ao contrário do que alguns imaginam este livro não possui qualquer tipo de vínculo com o primeiro livro do autor. No primeiro trabalho, nós nos deparamos com uma obra versada sobre um tópico de Cristologia. Agora, estamos diante de um livro meditativo, muito acessível e questionador. Hoje teremos a oportunidade de saber sobre o título dado ao livro. 


1. Por que o título A Travessia das Sombras?

Primeiramente, eu considero A Travessia das Sombras um livro que trata da vida à luz da Fé, mas não o considero um livro de Teologia e muito menos um livro de Teologia Prática como afirma a sua catalogação. Eu considero este livro um esboço de um existencialismo cristão. Creio que o grande desafio seja conceder sentido a esta vida para que assim possamos já aqui compreender um pouco do que venha a ser eternidade. Com o primeiro livro tive dificuldades com o título, algumas pessoas não gostaram nada do nome e outros rejeitaram o livro pelo título, cumprindo aquele velho adágio de não comprar pela capa. Agora, tive novamente dificuldades com o nome para esta obra. A Travessia das Sombras é a primeira parte de uma trilogia. Ao final, a escolha do nome faz menção ao livro dos Salmos. 

"Ainda que eu andasse pelo vale da sombra". O Salmo 23 (ou, pela numeração da Septuaginta, o Salmo 22) é atribuído ao Rei Davi, conforme a tradição judaica, Davi teria escrito este Salmo quando estava cercado em um oásis, à noite, por tropas de um rei inimigo, daí o Salmo inserir tamanha confiança na Providência Divina contra os inimigos. Na tradição católica, o Salmo é rezado como claro reconhecimento da soberania de Deus e de sua presença em todos os momentos. Neste sentido, A Travessia das Sombras tem como ponto de partida a Fé. E a Fé ilumina toda a vida e justamente por isso, existem alguns temas apresentados por pessoas e debatidas por um tipo de profeta. 

Depois dessa base, podemos perceber dentro do próprio trabalho uma menção ao que significaria atravessar sombras. Em algumas citações se diz que as pessoas perderam a capacidade de enxergar a realidade tal qual ela é e passaram a se submeter a visões imperativas que fazem de todos uma massa sem identidade, ou como diz o trabalho, pássaros engaiolados e mansos. Então, com a luz da Fé se atravessa qualquer situação como diz o Salmo. Entretanto a Fé deve libertar já aqui! A Fé não liberta desta vida mas liberta nesta vida e assim abre caminho para a Eternidade.

Neste sentido se explica a oposição que o pregador sofre de um quarteto misterioso. Silenciosamente ocorre uma batalha que ganha clareza com o surgimento de quatro homens misteriosos. Eles representam o status quo em perseguição a quem se vê e propaga a diferença. Quando eu fui dividir a obra total em três partes, a divisão primeira deixou o relato que aparece no final e que concede o destino do pregador para a segunda parte. Entretanto, foi pedido que esta parte fosse trazida logo para a primeira parte e assim acontece o desfecho da primeira parte, que não posso contar porque muita gente ainda não leu. Então, o final da primeira parte é já o começo da segunda. E neste sentido, este primeiro trabalho é um tipo de preparação para a grande travessia das sombras que não é menção à morte como no Salmo, mas menção aos desafios que a vida impõe aos que desejam alcançar a plena realização de sua vida. 




segunda-feira, 20 de outubro de 2014

A nossa grande riqueza Eucarística é o Perdão!



Queridos irmãos e irmãs,
Graça e Paz a cada coração!

A Eucaristia faz a Igreja! Não nos é possível pensar a Igreja sem o Memorial do Sacrifício de Jesus que marca o cume da sua jornada entre nós. A Eucaristia antecipa a Cruz porque para a Cruz e na Cruz não há seguimento, o caminho de Jesus é só dele. Neste sentido, a Ceia Eucarística marca o ponto mais longínquo que o grupo pessoal de Jesus pode chegar. Dali em diante o grupo deve passar pela sombra das dúvidas e do medo para serem confirmados no domingo da Páscoa.

Tristemente o coração de nossa Fé foi atingido por um ato de intolerância e dureza de coração. O que diremos neste hora? A resposta nos é conhecida: Pai, perdoai-lhes porque eles não sabem o que fazem! Em meio a uma decepção e total sentimento de despreparo e dor, uma palavra se fez sentir com muito vigor: Perdão! Esta é nossa resposta e mais ainda, em meio a tudo não perderemos jamais a certeza de que o perdão renova vidas. O perdão oferece Paz, renova as forças de quem está desanimado e ilumina quem está nas sombras. PERDÃO é o único sentimento que persiste frente a quem nos causou tamanha dor. MISERICÓRDIA de cada coração entristecido e também dos que geram decepções. A nossa marca no mundo é a mesma de Jesus: perseguido e caluniado não cessa de rezar por quem calunia e persegue.

O que aconteceu em nossa Paróquia foi triste mas ao mesmo tempo nos mostra que nos aproximamos mais ainda do mistério da Cruz do Senhor. Perseguidos como ele, ridicularizados como Ele. E assim como ele rezando por todos e desejando a paz a todos! Não desfaleceremos em nossas orações e nossas intenções são as mesmas de todos os dias nos quais nos encontramos para celebrar a Eucaristia: Paz em cada coração, socorro de Deus aos aflitos, amor infinito a Deus e ao próximo, serviço ao mundo, de maneira muito especial aos mais pobres. Nossas atividades continuam e neste momento lembremos sempre da oração de nosso amigo São Francisco de Assis que voltando-se ao Bom Pastor Jesus pedia: Senhor, Fazei de mim um instrumento de vossa paz! Porque mediante esta Graça poderemos dar os passos necessários para levar amor no lugar do ódio e perdão no lugar da ofensa. 

Agradecemos a cada um que se deixou mover pela oração e fortaleceu ainda mais sua vida à luz do Senhor Eucarístico presente também em cada irmão. E desejamos que cada um de nós, no coração de Cristo encontre abrigo para que jamais sejamos atingidos pelo veneno da indiferença e do descaso com a Eucaristia presente nos altares e também no coração de cada homem e mulher de Fé. Se nos unirmos seremos mais fortes e à medida que somos mais fortes nos tornamos UM. 

Lendo o capítulo 5 do Evangelho de Marcos vemos que o demônio se apresenta a Jesus como Legião valendo-se da palavra muitos. Esta é a sua ilusão achar que a força se encontra onde existem muitos. A força real se encontra onde todos se fazem um. E o lugar onde isso se faz mais claro para nós, a unidade, é na Eucaristia! Então que busquemos ser sempre UM. UM só coração, UMA só alma, UM só desejo de Paz e de Perdão a todos!

Que Maria, Mãe da Igreja nos apresente sempre ao seu amado Filho Jesus.

sábado, 18 de outubro de 2014

Eucaristia, Pão da Paz e da Liberdade

Agora que estamos mais próximos do domingo, apresento uma pequenina meditação sobre a Eucaristia. Proponho um caminho que conduza à contemplação como Pão da Paz e da Liberdade. Escolhi propositalmente estas duas designações porque muito se fala sobre a Paz, muitos almejam liberdade. Entretanto, digo antecipadamente que estas duas realidades só conhecem uma fonte: o coração de Jesus de Nazaré. Esta fonte brota ininterruptamente para cada um de nós ao nos reunirmos para celebrar a Eucaristia. Quando falo "celebrar" peço que imagine a celebração e para além dela a nossa vida porque a Eucaristia se efetiva em cada vida que se deixa conduzir pelos sonhos do Nazareno que nos mostrou a face até então escondida de Deus. 

A Eucaristia é o Pão da Paz justamente por ser o Pão da Liberdade! Liberdade de Deus que oferece a si mesmo em favor de todos. Liberdade de Cristo que paga com a própria vida a coerência desconcertante de quem ousou chamar a Deus de Pai e se fez crítico de tudo o que aprisiona o homem. Na Eucaristia nos é ofertada a liberdade do próprio Pai que nos chamou e nos mantêm reunidos como Seu Povo apesar de nossas muitas fraquezas e incoerências. Também a liberdade do Filho que não teme enfrentar profeticamente toda uma estrutura de perversidade na qual a vida é atacada. Liberdade do Espírito Santo que nos conduz ao coração do Filho para que este nos mostre o Pai. A Eucaristia é pão da liberdade que pacifica quem se aproxima com o coração sincero. Daqui e somente daqui se pode entender a profundidade de Francisco de Assis que diante de tão sublime mistério se irmanou com todos e com tudo desejando ser o instrumento da Paz, Paz que renova, que é capaz de transformar o ódio em amor, a ofensa em perdão. Só aqui se entende a força de Hélder Câmara que reconhecia livre e pacificamente no mais pobre, no último de sua sociedade o próprio Cristo. E também somente aqui se entende a força que movia Zilda Arns a se entregar pelas crianças necessitadas. É na Eucaristia que se encontra a liberdade de quem mesmo em meio a angústias e perseguições reza pelo caluniadores desejando a todos eles PAZ! Só se oferece a paz porque a Eucaristia nos traz a Paz. A Eucaristia faz a Igreja da Paz entendida como a união dos discípulos com Jesus, que está com eles e à frente deles, como Mestre, Pastor e Sacerdote. A  Eucaristia torna “visível” o mistério a Igreja e de sua missão consoladora no mundo.

A Eucaristia é Pão da Paz e Liberdade porque Jesus é o autor da Paz e Deus livremente entregue ao mundo. Anunciamos a morte de Jesus, proclamamos sua gloriosa ressurreição e crescemos na esperança de participar da plenitude da salvação na Eucaristia. É a vida de Deus que nos é oferecida, de um Deus crucificado por toda a injustiça presente no mesmo. A Cruz é escândalo porque é crime! E por isso não nos envergonhamos da Cruz pois o Pai fez Justiça a seu Filho e estendeu misericórdia ao mundo inteiro, perdão aos algozes e paz aos que se reaproximam dele. Na celebração da Eucaristia, somos a humanidade que crê e espera ansiosa o Dia da Salvação, enquanto suplica: “Maranatá! Vem, Senhor Jesus, vem!” (cf Ap  22,20).

Oração a ser feita por cada um neste domingo




Sugerimos a cada um de nossos paroquianos que em vista da Celebração de Desagravo a ser realizada amanhã, faça a seguinte oração:

Ó Deus eterno e todo poderoso, eis que me aproximo do Sacramento do vosso Filho único, Nosso Senhor Jesus Cristo. Impuro, venho à fonte da misericórdia; cego, à luz da eterna claridade; pobre e indigente, ao Senhor do céu e da terra. Imploro, pois, a abundância da vossa liberalidade, para que vos digneis curar a minha fraqueza, lavar as minhas manchas, iluminar minha cegueira, enriquecer minha pobreza, vestir minha nudez. Que eu receba o pão dos anjos, o rei dos reis e o Senhor dos senhores com o respeito e a humildade, com a contrição e a devoção, a pureza e a fé, o propósito e a intenção que convém à salvação da minha alma. Dai-me que receba não só o Sacramento do Corpo e Sangue do Senhor, mas também o seu efeito e a sua força. Ó Deus de mansidão, fazei-me acolher com tais disposições o Corpo que vosso Filho único, Nosso Senhor Jesus Cristo, recebeu da Virgem Maria, que seja incorporado ao seu Corpo Místico e contado entre seus membros. Ó Pai cheio de amor, fazei que, recebendo agora vosso Filho sob o véu do Sacramento, possa na eternidade contemplá-Lo face a face. Amém.

Oração para antes da comunhão




Queridos irmãos e irmãs, a nossa Paróquia São Pedro e São Paulo realizará, às 19h o Rito Penitencial de Desagravo e celebração Eucarística. Por conta disto, todas as celebrações que normalmente ocorrem aos domingos estarão suspensas. 

Pedimos que todos se façam presentes e acompanhem com o coração devotado e entregue ao Senhor este ato. Que Deus, o Pai misericordioso, por meio de seu Amado Jesus irmane a todos no Espírito em vista da Paz e da Concórdia, da comunhão e da acolhida!

Sugerimos que todos façam esta oração logo que acordarem neste domingo em vista da celebração Eucarística a ser realizada a noite:


Ó Deus eterno e todo poderoso, eis que me aproximo do Sacramento do vosso Filho único, Nosso Senhor Jesus Cristo. Impuro, venho à fonte da misericórdia; cego, à luz da eterna claridade; pobre e indigente, ao Senhor do céu e da terra. Imploro, pois, a abundância da vossa liberalidade, para que vos digneis curar a minha fraqueza, lavar as minhas manchas, iluminar minha cegueira, enriquecer minha pobreza, vestir minha nudez. Que eu receba o pão dos anjos, o rei dos reis e o Senhor dos senhores com o respeito e a humildade, com a contrição e a devoção, a pureza e a fé, o propósito e a intenção que convém à salvação da minha alma. Dai-me que receba não só o Sacramento do Corpo e Sangue do Senhor, mas também o seu efeito e a sua força. Ó Deus de mansidão, fazei-me acolher com tais disposições o Corpo que vosso Filho único, Nosso Senhor Jesus Cristo, recebeu da Virgem Maria, que seja incorporado ao seu Corpo Místico e contado entre seus membros. Ó Pai cheio de amor, fazei que, recebendo agora vosso Filho sob o véu do Sacramento, possa na eternidade contemplá-Lo face a face. Amém.


Na paz, 


Pe Dalmo Radimack
Pe Cláudio Amorim




segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Maria no Evangelho de Lucas



O que pode ser dito sobre a presença de Maria nos escritos de São Lucas? A primeira coisa a ser dita é que enquanto Paulo e Marcos trazem uma presença bastante discreta e mesmo controversa no caso de Marcos e Mateus associa a vocação de Maria aos cuidados de José, Lucas abre espaço para uma grande Mariologia. Nosso Lucas estranharia o fato de seus escritos estarem separados pelo Evangelho de João. De fato isto causou um certo obscurecimento da grande teologia de Lucas. A Cristologia de Lucas presente no Evangelho fundamenta a Eclesiologia presente em Atos dos Apóstolos. Assim, a Mariologia presente no Evangelho deve ser lida em vista da Eclesiologia presente nos Atos escritos por Lucas.

O cerne do Cristianismo é a entrada de Deus na história dos homens e isto deve ser a chave de leitura para a Mariologia, evitando assim reducionismos cristológicos, mariológicos ou mesmo eclesiológicos. Ao longo do texto Maria desaparece e Jesus se evidencia. Em três relatos que julgamos mais importantes: a Anunciação, a Visitação e o Magnificat que tornam clara a ação de Maria.  Entretanto é preciso obedecer o esquema lucano de comparação de imagens: dípticos. Antes de entrarmos o texto de Lucas devemos partir de algumas considerações:

1. A possível datação deste Evangelho tende a tornar obsoleta a tese de que Lucas havia se encontrado com Maria e depois deste encontro escrito seu Evangelho. Vale ressaltar que o texto data de mais ou menos 85 d.C.

2. Para os que acham que esta tese é insuficiente, a segunda consideração diz respeitos aos limites de compreensão que o autor do terceiro Evangelho possui acerca da Palestina demonstrada em seus deslizes nos dados da geografia que mostra em seus textos.

3. Se estivermos diante do Médico amigo de Paulo conforme nos foi legado pela Tradição, temos mais uma razão em considerar o ponto 1 porque Paulo só dedica a Maria um versículo.

4. Este Evangelho depende de Marcos assim como Mateus no entanto com uma estrutura mais livre quanto a ideia de cumprimento das profecias como vemos em Mateus o que fortalece o ponto 2.
5. A estrutura presente nos dois capítulos parece herança de uma tradição recebida do Evangelista.

Feitas essas considerações devemos ver o texto de Lucas a partir da comparação de duas imagens. Assim prevalecem dois anúncios de nascimento e dois nascimentos. Para a Cristologia interessa a comparação entre Jesus e João Batista, para nós, na Mariologia, o destaque vai ser outro: Zacarias e Maria; Maria e Isabel. Ao que nos parece, Lucas retoma tradições já existentes em pequenos círculos sobre o nascimento tanto de João quanto de Jesus.
Para nossa melhor compreensão, o texto vai trazer em negrito os elementos que melhores nos servirão para esta disciplina. Segue o texto:

No capítulo 1 encontramos uma introdução que se estende dos versículos 1 ao 4. Será de grande interesse para os estudos de Evangelhos Sinóticos, podendo ser omitida por nós agora.

Observe a primeira Imagem da Estrutura em Dípticos de Lucas e em caixa alta nossos comentários acerca do que se vê.

Maria no Evangelho de Lucas - Parte II



PRIMEIRA IMAGEM


5  Existiu, no tempo de Herodes, rei da Judéia, um sacerdote

O PAI DE JOÃO É UM SACERDOTE. ISTO É UM ALINHAMENTO DE JOÃO BATISTA COM TODA A TRADIÇÃO SACERDOTAL DO ANTIGO TESTAMENTO.

chamado Zacarias,

QUE SIGNIFICA DEUS FAZ MEMÓRIA.

da ordem de Abias, e cuja mulher era das filhas de Arão;

SER DA ORDEM DE ABIAS É UMA DEMONSTRAÇÃO DE UMA CLASSE MENOR DOS SACERDOTES, OU SEJA, UM SACERDÓCIO RURAL, SUA MÃE É UMA DAS “FILHAS” NO SENTIDO DE DESCENDENCIA DE ARÃO. – ARÃO OU AARÃO?. ENQUANTO JOÃO TEM UMA HISTÓRIA DE LINHAGEM SACERDOTAL, JESUS NÃO POSSUI QUALQUER VÍNCULO DESSE PORTE.

e o seu nome era Elisabeth.

O SIGNIFICADO DO NOME ELISABETH É DEUS MOSTRA SUA FORÇA

6  E eram ambos justos perante Deus, andando sem repreensão em todos os mandamentos e preceitos do Senhor.7  E näo tinham filhos, porque Isabel era estéril, e ambos eram avançados em idade.

 NO TEXTO ORIGINAL APARECE A PALAVRA  στεῖρα, LITERALMENTE TRADUZIDA POR ESTÉRIL. AO QUE PARECE ASSIM COMO SARAI QUE DEPOIS SE TORNA SARA. ENTRETANTO, TEMOS UM PEQUENO IMPASSE QUE ABREM ESPAÇO PARA UM NECESSÁRIO PORQUE SE DE FATO A ESTERILIDADE É REALIDADE DE ELISABETH E A ESTERILIDADE É SINAL DE RECUSA DE DEUS, ELES NÃO PODEM SER JUSTOS AOS MOLDES DO ANTIGO TESTAMENTO.


 8  E aconteceu que, exercendo ele o sacerdócio diante de Deus, na ordem da sua turma, 9  Segundo o costume sacerdotal, coube-lhe em sorte entrar no templo do Senhor para oferecer o incenso.

A ECONOMIA DA SALVAÇÃO VINCULADA AO TEMPLO É UMA DAS CARACTERÍSTICAS DA RELIGIÃO DOS HEBREUS, NESTE SENTIDO, O ANÚNCIO DO NASCIMENTO DE JOÃO OBEDECE UMA ÓTICA, OU ORDEM COMUM À RELIGIÃO DOS HEBREUS. ESTE PONTO SERÁ RETOMADO AO FALAR DO ANÚNCIO DO NASCIMENTO DE JESUS.


10  E toda a multidão do povo estava fora, orando, à hora do incenso. 11  E um anjo do Senhor lhe apareceu, posto em pé, à direita do altar do incenso.

12  E Zacarias, vendo-o, turbou-se, e caiu temor sobre ele. 13  Mas o anjo lhe disse: Zacarias, não temas, porque a tua oração foi ouvida, e Isabel, tua mulher, dará à luz um filho, e lhe porás o nome de João. 14  E terás prazer e alegria, e muitos se alegrarão no seu nascimento, 15  Porque será grande diante do Senhor, e não beberá vinho, nem bebida forte, e será cheio do Espírito Santo, já desde o ventre de sua mãe. 16  E converterá muitos dos filhos de Israel ao Senhor seu Deus, 17  E irá adiante dele no espírito e virtude de Elias, para converter os corações dos pais aos filhos, e os rebeldes à prudência dos justos, com o fim de preparar ao Senhor um povo bem disposto. 18  Disse então Zacarias ao anjo: Como saberei isto? pois eu já sou velho, e minha mulher avançada em idade. 19  E, respondendo o anjo, disse-lhe: Eu sou Gabriel, que assisto diante de Deus, e fui enviado a falar-te e dar-te estas alegres novas. 20  E eis que ficarás mudo, e não poderás falar até ao dia em que estas coisas aconteçam; porquanto não creste nas minhas palavras, que a seu tempo se hão de cumprir.

TRÊS MOMENTOS DE ZACARIAS FRENTE AO ANJO:

1.      TURBOU-SE, E CAIU TEMOR SOBRE ELE
2.      A NÃO NECESSIDADE DO MEDO PORQUE DEUS OUVIU SUAS SÚPLICAS
3.      EXIGÊNCIA DE UM SINAL COMO DEMONSTRAÇÃO DE FALTA DE FÉ. (cf.v.20)

A PALAVRA ANTES TRADUZIDA POR ESTÉRIL NÃO APARECE MAIS NAS JUSTIFICATIVAS DE ZACARIAS. ELE AFIRMA QUE O OBSTÁCULO É SUA VELHICE. ISTO LEVANTOU RECENTEMENTE UMA POLÊMICA PORQUE DENTRO DA CULTURA BÍBLICA A ESTERILIDADE É O OBSTÁCULO E NÃO A VELHICE.

Conclusões:

Possivelmente este relato do anúncio do nascimento de João Batista pertença ao patrimônio de fé das comunidades do Batista que permaneceram reconhecendo nele o Messias durante muito tempo a ponto de existirem pequenas tensões com o movimento nascente do nazareno Jesus. A súplica de Zacarias que foi ouvida por Deus pode ser entendida tanto como o pedido por um menino, porque condiz com o fato da esterilidade de Elisabeth mas torna tudo estranho porque parece absurdo alguém pedir a Deus um filho e ao receber a notícia de que essa prece foi ouvida duvidar da ação do mesmo Deus a quem se pediu. Outra possibilidade, mais coerente como espírito do Evangelho de Lucas, é que a súplica é pelo retorno dos profetas conforme versículo 17. Ao anúncio do nascimento deveria seguir o próprio relato do nascimento que Lucas separou pela presença de outro anúncio: o do nascimento de Jesus.



21  E o povo estava esperando a Zacarias, e maravilhava-se de que tanto se demorasse no templo. 22  E, saindo ele, não lhes podia falar; e entenderam que tinha tido uma visão no templo. E falava por acenos, e ficou mudo. 23  E sucedeu que, terminados os dias de seu ministério, voltou para sua casa. 24  E, depois daqueles dias, Elisabeth, sua mulher, concebeu, e por cinco meses se ocultou, dizendo: 25  Assim me fez o Senhor, nos dias em que atentou em mim, para destruir o meu opróbrio entre os homens.  

UMA LEITURA MATERIALISTA E QUE TENDE A VER NESTE RELATO UMA CONSTRUÇÃO BIOGRÁFICA, DEUS DESTRÓI A VERGONHA DE ELISABETH PERANTE OS HOMENS PORQUE LHE DEU UM MENINO. MAS NUMA LEITURA MAIS EM AMPLA, ESTAMOS DIANTE DA MANIFESTAÇÃO DO PODER DE DEUS QUE TRAZ DE VOLTA A PROFECIA.

SEGUNDA IMAGEM


26  E, no sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, 27  A uma virgem desposada com um homem, cujo nome era José, da casa de Davi; e o nome da virgem era Maria. 28  E, entrando o anjo aonde ela estava, disse: Alegra-te, plena de Graça; o Senhor é contigo; bendita és tu entre as mulheres.

A ANTIGA ECONOMIA VINCULADA AO TEMPLO É DEIXADA PARA TRÁS. O ANJO APARECE EM UMA CIDADE QUE NUNCA CHEGOU A SER CITADA NO ANTIGO TESTAMENTO. O ANJO APARECE A UMA VIRGEM SEM NENHUM VÍNCULO COM NENHUMA FIGURA DO ANTIGO TESTAMENTO. O ÚNICO VÍNCULO POSSÍVEL É MEDIADO POR JOSÉ E NÃO TEM NADA A VER COM SACERDÓCIO COMO NO CASO DE ZACARIAS, PAI DE JOÃO BATISTA. O ANJO APARECEU EM SILÊNCIO A ZACARIAS PORQUE ELE DEVERIA ESTAR PREPARADO JÁ QUE ELE CARREGA UM NOME QUE O VÍNCULA COM O DEUS DO ANTIGO TESTAMENTO.

29  E, vendo-o ela, turbou-se muito com aquelas palavras, e considerava que saudação seria esta. 30  Disse-lhe, entäo, o anjo: Maria, näo temas, porque achaste graça diante de Deus.


ASSIM COMO NO CASO DE ZACARIAS, MARIA É CONVIDADA A NÃO TEMER. A JUSTIFICATIVA É DIFERENTE. ELA ENCONTROU GRAÇA DIANTE DE DEUS.


 31  E eis que em teu ventre conceberás e darás à luz um filho, e por o nome de Jesus. 32  Este será grande, e será chamado filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai; 33  E reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim.


34  E disse Maria ao anjo: Como se fará isto, visto que não conheço homem algum?

MARIA NÃO QUESTIONA O FATO QUE VAI ACONTECER, NÃO EXIGE UM SINAL. ELA PERGUNTA COMO SERÁ E NÃO SE ACONTECERÁ. MARIA ASSIM SUPERA ZACARIAS.

35  E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; por isso também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus. 36  E eis que também Elisabeth, tua parenta, concebeu um filho em sua velhice;
e é este o sexto mês para aquela que era chamada estéril; 37  Porque para Deus nada é impossível. 38  Disse entäo Maria: Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra. E o anjo ausentou-se dela.


A JUSTIFICATIVA DO ANJO GABRIEL EM VISTA DO QUE ACONTECEU A ELISABETH PODERIA NOS LEVAR A PERGUNTAR: ELA ERA ESTÉRIL OU ERA CHAMADA ESTÉRIL? EXISTE UMA BOA JUSTIFICATIVA TEOLÓGICA PARA ESTA RELAÇÃO ENTRE ESTERILIDADE E VELHICE: NÃO SE TRATA DE ESTERILIDADE MAS DO ENVELHECIMENTO DE TODOS OS RECURSOS CAPAZES DE GERAR A VIDA ORIUNDOS DA RELIGIÃO JUDAICA. EMBORA O DEBATE SIGA EM ABERTO, NÃO É PERTINENTE PARA NOSSA DISCIPLINA. A NÓS INTERESSA QUE MARIA É COMPARADA COM ZACARIAS. E NESTE SENTIDO TRÊS PONTOS PERMEIAM ESSA COMPARAÇÃO:

1.      MARIA NÃO SENTE TEMOR PELA PRESENÇA DO ANJO. FICA INTRIGADA COM A SAUDAÇÃO
2.      O CONVITE PARA NÃO TEMER A ASSOCIA COM ZACARIAS
3.      DEMONSTRAÇÃO DE PLENA FÉ. ENQUANTO ZACARIAS PEDE UM SINAL, MARIA ACOLHE O QUE O ANJO FALOU.


Conclusão:

Maria é comparada com Zacarias: o anúncio a Zacarias é feito em Jerusalém, no templo, ao lado do altar do incenso, lugar mais sagrado de Israel e a um homem que também é sacerdote, enquanto que o de Maria se dá numa cidade sem importância da Galiléia e a uma mulher. Em ambos os textos evidenciam-se o poder do Altíssimo nas situações de velhice/esterilidade,  incredulidade (Zacarias), de virgindade e de fé profunda em Deus (Maria). Esse relato da anunciação não tem como centro Maria.  É um texto cristológico e quer mostrar a participação imprescindível de Maria como mulher de profunda fé, agraciada por Deus e cumpridora desta importante missão e a atuação do Espírito sobre ela no processo de encarnação do Verbo.

 Este relato nos mostra a intervenção de Deus que descarta a lógica humana. Em outras palavras, é a possibilidade da ação divina dentro da impossibilidade humana. Se Elisabeth  que era estéril / de idade avançada, foi capaz de gerar, quanto mais Maria. Esta por sua vez, além de gerar, carrega em seu ventre todas as esperanças de Israel, principalmente dos pequeninos que esperavam pela realização de toda profecia anunciada.


39  E, naqueles dias, levantando-se Maria, foi apressada às montanhas, a uma cidade de Judá, 40  E entrou em casa de Zacarias, e saudou a Elisabeth. 41  E aconteceu que, ao ouvir Elisabeth a saudação de Maria, a criancinha saltou no seu ventre; e Elisabeth foi cheia do Espírito Santo.


AGORA AS IMAGENS PRIMEIRAS SE ENCONTRAM E MARIA SERÁ COMPARADA A ELISABETH. ENTRAM EM CENA JESUS E JOÃO E NÓS VAMOS PERCEBER A SUPERIORIDADE DE JESUS EM RELAÇÃO A JOÃO E DEPOIS DE MARIA EM RELAÇÃO A ELISABETH. A ORDEM É DIRETA: QUANDO ELISABETH OUVE A SAUDAÇÃO DE MARIA, A CRIANÇA SALTA NO SEU VENTRE E ELISABETH FICA CHEIA DO ESPÍRITO SANTO. PERCEBA QUE ISTO É COERENTE COM A MISSÃO DE JOÃO ANUNCIADA PELO ANJO. TEMOS UM SERVIÇO DO MENINO NO VENTRE DE SUA MÃE: AO OUVIR A VOZ DE MARIA, O MENINO ESTREMECE (VOCAÇÃO DE JEREMIAS?, DAVI DIANTE DA ARCA?) E SUA MÃE FICA CHEIA DO ESPÍRITO SANTO.


42  E exclamou com grande voz, e disse: Bendita és tu entre as mulheres, e bendito o fruto do teu ventre. 43  E de onde me provém isto a mim, que venha visitar-me a mãe do meu Senhor?
44  Pois eis que, ao chegar aos meus ouvidos a voz da tua saudação, a criancinha saltou de alegria no meu ventre. 45  Bem-aventurada a que creu, pois hão de cumprir-se as coisas que da parte do SENHOR lhe foram ditas.

MARIA APRESENTADA COMO MÃE DO SENHOR. ESTE TERMO É PÓS PASCAL E DADO A JESUS MAS ESTÁ NO ANTIGO TESTAMENTO ENTREGUE DIRETAMENTE A DEUS: ADONAI. ESTAMOS AINDA NOS MOLDES DE VÍNCULO ENTRE ANTIGO E NOVO TESTAMENTO. NO VERSÍCULO 45 SE AFIRMA O QUE FALTOU A ZACARIAS...



46  Disse entäo Maria: A minha alma engrandece ao Senhor,
47  E o meu espírito se alegra em Deus meu Salvador; 48  Porque atentou na humildade de sua serva; Pois eis que desde agora todas as gerações me chamarão bem-aventurada, 49  Porque me fez grandes coisas o Poderoso; E santo é seu nome. 50  E a sua misericórdia é de geração em geração Sobre os que o temem.

AQUI TEMOS UMA MEMÓRIA DA SUA HISTÓRIA E DA HISTÓRIA DO SEU POVO. AGORA QUEM FAZ MEMÓRIA NÃO É ZACARIAS. EM OUTRAS PALAVRAS: NÃO É NO TEMPLO QUE SE FAZ A MEMÓRIA MAS NA VIDA! ASSIM SE JUSTIFICA A PRESENÇA DE ZACARIAS NO EVANGELHO DE LUCAS LOGO NO PRIMEIRO CAPÍTULO.


51  Manifestou o poder de seu braço; Dissipou os soberbos no pensamento de seus corações. 52  Depós dos tronos os poderosos, E elevou os humildes.  53  Encheu de bens os famintos, E despediu vazios os ricos. 54  Auxiliou a Israel seu servo, Recordando-se da sua misericórdia; 55  Como falou a nossos pais, Para com Abraão e a sua posteridade, para sempre.

A MEMÓRIA FEITA POR MARIA RETOMA A CERTEZA DA FORÇA DE DEUS, SIGNIFICADO DO NOME DE ELISABETH E CONSEQUENTEMENTE JUSTIFICATIVA DE SUA PRESENÇA NO RELATO DE LUCAS.



 56  E Maria ficou com ela quase três meses, e depois voltou para sua casa.

MENÇÕES DE TEMPO DEVEM SER ANALISADAS:

Durante cinco meses Elisabeth manteve em segredo a sua gravidez.
No sexto mês de Elisabeth o Anjo aparece a Maria
Maria ficou três meses da SUA gravidez com Elisabeth


Estas três menções demonstram o esforço do relator do Evangelho de ressaltar, proteger e sustentar a plena humanidade de João e de Jesus. Não estamos diante de figuras míticas e sim de homens plenos. Sendo Lucas de origem grega na qual florescem mitos, é urgente para ele desvincular tanto João quanto Jesus de qualquer mentalidade mítica e esclarecer a humanidade pela qual age a Graça de Deus. Lembremos que Maria encontrou Graça e este tema é uma herança do tutor do Evangelista: o Apóstolo Paulo.