sexta-feira, 26 de julho de 2013

Sendo Igreja estou com Jesus!


Uma semente lançada na terra e que brota enquanto noites e dias se sucedem, uma semente que embora seja a menor de todas, torna-se abrigo para aves. Estas são algumas das imagens utilizadas por Jesus para anunciar o Reino de Deus.

Em lugar algum dos Evangelhos de Marcos, Mateus ou Lucas, encontramos uma definição dada por Jesus sobre o que venha a ser o Reino de Deus e no Evangelho de João, para além do capítulo três, esta expressão não é usada, posto que já é reconhecida com muita clareza a identificação entre Jesus e o Reino. Se admitirmos que Reino de Deus é o “lugar” onde ele reine, em nenhum outro poderia se ver com mais nitidez este reino do que no próprio Filho Jesus. Todas as imagens e comparações encontradas nos discursos de Jesus e que tratam do Reino são expressões que falam sobre ele mesmo e sobre a forma como se efetiva nele mesmo a soberania de Deus. Depois de se aplicarem ao próprio Jesus, suas parábolas devem ser aplicadas à sua Igreja e consequentemente ao seu povo.

A utilização da imagem da semente que serve como comparação para o Reino, é uma imagem que nos leva a meditar sobre a riqueza do fator vida nela presente. A semente é rica em vida, mas esta vida está escondida até o momento em que ela seja lançada na terra e germine. Estamos diante do mistério de uma vida interior, que não está distante, mas dentro do próprio Jesus e consequentemente, dentro de nosso próprio coração! É dentro de nós que o Reino de Deus se encontra. Ele não está aqui ou ali, nem além, mas está no meio de nós! A imagem do Reino aqui apresenta nos remete ao mistério da morte e ressurreição do Senhor. Sendo ele sepultado entre os mortos, é a própria semente lançada na terra! No meio da história da humanidade o filho amado de Deus foi sepultado, mostrando-se solidário com toda a criação. O pó da terra do qual um dia o homem foi tirado recebe aquele que é a imagem e semelhança, da qual o Pai modelou no Espírito a Adão. Mas, assim como acontece com a semente da comparação feita por Jesus, assim aconteceu a ele mesmo, sem que ninguém visse como aconteceu, ele germinou, rompeu o véu da morte, rompeu os limites da terra e se reergueu do meio dos mortos! O Reino de Deus é Jesus e este ressuscitado do mundo dos mortos!

Devemos agora compreender porque o próprio Jesus fala sobre uma semente que embora seja a menor, ao germinar abriga as aves do céu. A menor de todas as sementes é o próprio Jesus que embora sendo Deus, apresenta-se para nós como homem porque ele não considerou o ser igual a Deus algo a que se devesse apegar, mas esvaziou-se a si mesmo se fez obediente até a morte, e morte de cruz. Todavia, ao germinar se torna grandioso, aqui poderemos compreender aquela expressão paulina que afirma que Deus o exaltou e lhe deu um nome que está acima de todos! Na sua Ressurreição, o Senhor é exaltado e todos nós temos nele agora o NOME pelo qual podemos chamar Deus! Desta maneira, todos os homens encontram abrigo em Cristo.

Por fim, esta imagem nos mostra uma identificação entre Jesus e a Igreja porque é por meio dela que Jesus nos recolhe e nos abriga. Assim, a Igreja só poderá se compreender à luz do Mistério de Cristo Jesus, o  homem-Deus, morto e ressuscitado dos mortos. Não existirá Igreja sem o Mistério de Cristo, não pode haver uma Igreja sem Eucaristia, porque a Eucaristia é Memória Pascal de Cristo que foi entregue por Amor ao Mundo. O que vem a ser a Igreja? E em que sentido ela é necessária a nós? Se a Igreja vive do Mistério de Cristo como apresentamos nesta meditação, é preciso estarmos na Igreja onde o Senhor deseja nos abrigar. Muitos dizem que precisam de Jesus, todavia, não da Igreja. Isto é falho demais, posto que é na Igreja que encontramos a oportunidade de exercitar a aceitação das diferenças, os questionamentos ao nosso estilo de vida e o entendimento mais límpido da Palavra de Deus. Afirmar Jesus negando a Igreja é desejar esconder o próprio conformismo com uma vida velha e com o individualismo. A Fraternidade e a União não são experiências fechadas, e sim resultado de aceitação, abertura e despojamento do qual Jesus mesmo é exemplo.


Peçamos ao Senhor Jesus que nos abra o coração e assim, sejamos terreno fértil para o Reino de Deus que já está em nós semeado, aguardando apenas o momento oportuno para emergir!      

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