segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Homilia para o Primeiro domingo do Advento

Caríssimos irmãos e irmãs, com este domingo iniciamos um novo Ano Litúrgico e as portas do novo Ano nos é aberta pelo Ciclo do Advento. O Advento é um tempo de encontro com Jesus. É uma ocasião oportuna para que possamos redescobrir e fortalecer a nossa fé e comunhão com Cristo. Celebramos a memória de seu nascimento que aponta para a realidade de sua presença eterna entre nós!

A Liturgia da Palavra se abre com o livro do Profeta Isaías que nos mostra um quadro tenso da realidade humana:

“Senhor, tu és nosso Pai, nosso redentor; eterno é o teu nome. Como nos deixaste andar longe de teus caminhos e endureceste nossos corações para não termos o teu temor? Por amor de teus servos, das tribos de tua herança, volta atrás.”

Nesse primeiro momento, Isaías nos mostra uma angústia terrível vivida por ele diante da realidade que o rodeia! Ao que parece, as pessoas não mais estão em sintonia com o desejo de Deus, com seus caminhos. E diante de um quadro de grande amargura, o profeta pede a Deus que volte atrás. Caros irmãos e irmãs, não é justamente essa a situação do nosso tempo? Filhos contra os pais, pais contra filhos, marido contra mulher, lares dissolvidos pelos vícios, pela traição e por mentiras? Mas em meio a todo este caos que parece invencível, eis que dos lábios do Profeta nos vem uma manifestação de fé e de esperança:

“Ah! se rompesses os céus e descesses! As montanhas se desmanchariam diante de ti.

Desceste, pois, e as montanhas se derreteram diante de ti. Nunca se ouviu dizer nem chegou aos ouvidos de ninguém, jamais olhos viram que um Deus, exceto tu, tenha feito tanto pelos que nele esperam.”

Somos convidados neste Advento a manter a nossa esperança viva! Esperança de que o Senhor vem em nosso auxílio, e que nada neste mundo pode nos arrancar a certeza do amor que Deus tem por cada um de nós! Ao mesmo tempo em que o profeta nos fala sobre Esperança e Fé em meio a um mundo que parece um navio sem direção, ele nos alerta para que percebamos o que nos fará perceber Deus sempre perto de nós:

“Vens ao encontro de quem pratica a justiça com alegria, de quem se lembra de ti em teus caminhos. Tu te irritaste, porque nós pecamos; é nos caminhos de outrora que seremos salvos.”

É na prática da justiça que se expressa para nós a condição para que vivamos de forma efetiva e verdadeiramente consistente o Advento em vista do Natal do Senhor. As casas podem estar totalmente organizadas e enfeitas, pintadas e reluzentes, mas se nossa vida não for um sinal da busca da justiça, de nada adiantará! Por que por nós mesmos como diz o Profeta Isaías:

“nos tornamos imundície, e todas as nossas boas obras são como um pano sujo; murchamos todos como folhas, e nossas maldades empurram-nos como o vento.”

Mas como o Advento é a marca de nossa Esperança, ainda que reconheçamos tristemente como o profeta que

“Não há quem invoque teu nome, quem se levante para encontrar-se contigo; escondeste de nós tua face e nos entregaste à mercê da nossa maldade.”

Devemos reconhecer igualmente que “Assim mesmo, Senhor, tu és nosso Pai, nós somos barro; tu, nosso oleiro, e nós todos, obra de tuas mãos.” Certeza esta que garante a todos nós, pecadores, a possibilidade da Salvação que nos vem do Senhor rico em bondade e misericórdia!
 

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