sábado, 12 de novembro de 2011

Homilia para o Domingo 13 de novembro - parte II

Não há qualquer tipo de fiscalização ou supervisão do trabalho. Somos livres! Mas não para qualquer liberdade, somos livres para sermos fiéis a Cristo, fiéis aos dons e à vocação que recebemos. Aqueles servos representam a nós que temos a total confiança do Senhor e plena liberdade para tratarmos dos talentos que recebemos como demonstração da confiança. Os dois primeiros trabalhadores se empenharam porque queriam corresponder à confiança do seu senhor, o terceiro, não, enterrou o que recebeu. Cada um recebeu de acordo com a própria capacidade (cf versículo 15), isto é afirmação de que jamais estaremos sobrecarregados, só recebemos o que podemos e o que está de acordo com a nossa capacidade de produzir. Talento deve produzir Talento, enterrar o talento é colocar no lugar errado o que recebemos. Ninguém pode enterrar o talento, a única coisa que se fortalece enterrada é a semente que rompe a terra e se firma, mas talentos devem ser socializados de forma que se elevem e produzam mais e mais! Sementes enterradas mostram o desejo que Deus tem de nos mudar por dentro, talentos que se produzem, mostram a necessidade de mudar nossa relações com a sociedade e com toda a humanidade, também com a criação! Alguns poderão dizer que o fato de um servo que enterrou o seu talento é justificado porque este se sentiu inferiorizado em relação aos outros que receberam mais. Esta opinião não é verdadeira, ele enterra o talento porque não conhece o seu senhor: “conhecia-te, que és um homem duro... (v. 24)”. A imagem que ele tem do senhor é que compromete a sua atividade. Ele pensava que o seu senhor fosse um homem opressor, impiedoso, pronto a castigá-lo, caso cometesse algum erro. Ele confundiu o seu senhor com os senhores deste mundo, e isto justifica a opção feita por Jesus de usar imagens que parecem contrárias, o que Jesus faz é desafiar a compreensão que temos do senhor.
Na sua volta, o senhor recompensa a fidelidade de seus servos (Lc 16,10; 1Cor 4,2). Vendo assim todos os seus dons e benesses em constante crescimento no mundo. Esta é a dinâmica do Reino dos Céus, vai se estendendo no mundo à medida em que levamos a sério os dons que recebemos e vemos a nós mesmos como co-responsáveis por esta crescente do Reino que já se encontra em nosso meio, como sentido escondido de nossa história. E quanto ao servo lançado nas trevas? Da visão que temos de Deus e daquilo que fazemos com o que ele nos dá é que receberemos o veredito final dado pelo próprio Deus que voltará e reunirá a todos e separará ovelhas de cabritos como o pastor costuma fazer, mas este é um outro capítulo do Evangelho!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

* Caso o comentário seja contrário a fé Católica, contrário a Tradição Católica será deletado.


Queria dizer que...

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.