sábado, 19 de novembro de 2011

Anseios para o Sínodo: o Diaconato Permanente

O diaconato permanente é um ministério que já estave presente nos primórdios da Igreja. Os documentos do Magistério situam a sua origem na escolha dos sete homens "de boa reputação, repletos do Espírito de sabedoria" (At 6,1-6), embora o texto não fale explicitamente de diáconos, ao menos no sentido atual do termo, mas sim de ministros. Referências explícitas a eles encontram-se nas cartas de Paulo (Fl 1,1 e 1Tm 3,8-13).
Na Igreja primitiva há vários documentos sobre a vida e a ação dos diáconos. A "Didaqué" assevera que devem ser escolhidos dentre homens "dóceis, desprendidos, verazes e firmes" (cap. XV). Inácio de Antioquia afirma que eles fazem parte da hierarquia e que devem ser honrados como Cristo (Tral III,1). Hermas compara-os a "pedras quadradas e brancas" na construção da Igreja (Pastor, nº 96). A "Didascalia Apostolorum" aconselha cada cidade a ter o número suficiente de diáconos e insiste que eles sejam "os ouvidos e a alma do bispo" (III, 13,1; II, 44,4). Clemente de Roma atribui ao diaconato uma instituição divina e vê nos profetas do Antigo Testamento uma prefiguração de sua existência (Ad Cor c 42). O sínodo de Neo-Cesaréia (314-325) reduz seu número a sete, referindo-se aos Atos dos Apóstolos (c 14). Hipólito de Roma afirma que o diácono é ordenado pela imposição das mãos do bispo e não do presbitério, pois ele é ordenado "não para o sacerdócio, mas para o ministério do bispo" (III, 1,2). O "Testamento do Senhor" afirma que o primeiro ofício do diácono é acolher as ordens do bispo e executá-las (1,34). Os pontificais, por sua vez, fazem referência às suas funções litúrgicas.
O ministério diaconal, nos primeiros séculos, assume particularmente a dimensão da caridade; em seguida, vem o serviço do culto e da pastoral.
O tempo em que vivemos, marcado pela pluralidade religiosa, exige não só dos presbíteros, mas sim, de todos os cristãos uma formação cada vez mais consistente. Do ponto de vista sacramental, estas exigências se tornam mais urgentes, devida às obrigações dos clérigos. Temos um bom número de diáconos em nossa Arquidiocese, não convem a mim debater sobre a teologia a sustentar o diaconato permanente pois esta já é bastante conhecida. Entretanto, em vista do Sínodo que pretende redirecionar toda a caminhada eclesial de nossa arquidiocese, vejo como necessário falar sobre a estrutura de formação dos diáconos. Alguns pontos podem abrir um debate que deseje ser frutuoso para nossa Igreja particular:
 

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