domingo, 5 de junho de 2011

A Ascensão do Senhor - Continuação

A Ascensão do Senhor é descrita por Lucas tanto no final de seu Evangelho quanto no início dos Atos dos Apóstolos. A reapresentação do final do Evangelho no início do Livro que narra os primeiros passos da Igreja nascente não pode passar despercebida. Mesmo com todas as dificuldades causadas pelas diferenças apresentadas nos relatos, podemos alinhar a vida e missão da Igreja com a vida e missão de Jesus. Todavia, o Mistério da Ascensão do Senhor, como se encontra dentro do Tempo Pascal, deve ser lido à luz do evento Morte e Ressurreição.
 Aqui visualizamos a Ascensão como glorificação final de Cristo. É certo que Cristo está glorificado em seu Corpo desde a Ressurreição, mas agora, expressa o singular passo da Revelação do destino da humanidade e esta consiste em estar em comunhão plena com Deus. Lembremos que quando Jesus estava na cruz, foi desafiado em meio à agonia. Escutamos de alguém que estava assistindo o fato a seguinte frase: "Se és o Filho de Deus, desce da Cruz" (cf. Mt 27, 42; Mc 15, 32). Ora, esta é uma proposta pobre e absurdamente limitada que não serve para comprovar a divindade de Jesus, porque a suprema superioridade de um ser não se comprova pela descida e sim pela subida! E isto é exatamente o que ocorre com Cristo quarenta dias após sua gloriosa ressurreição do meio dos mortos. Por isso, é justo afirmarmos que liturgicamente, esta festa é a plenitude daquilo que celebramos na Vigília Pascal. É uma celebração que coroa o que vivemos no Domingo de Páscoa porque realiza a plenitude daquilo que foi pedido pelo próprio Jesus a seu Pai:
"Glorifica-Me junto de Ti mesmo, com aquela glória que tive em Ti, antes que houvesse mundo" (Jo 17, 5); "Pai, chegou a hora, glorifica o teu Filho, para que teu Filho glorifique a Ti" (Jo 17, 1).
Celebramos a plenitude da vida e missão de Jesus. Se de um lado, o tínhamos pendente na cruz para nos resgatar do pecado, agora o temos sentado à direita do Pai tomando posse eternamente daquilo que ele plenificou nos dando a certeza de que podemos sempre ter o nosso coração em Deus.  

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