terça-feira, 10 de maio de 2011

Palavra e Eucaristia!



Caríssimos irmãos e irmãs, a Eucaristia faz a Igreja de Cristo! Muitos denigrem a imagem da verdadeira Igreja de Jesus transmitindo uma idéia diabólica de que a Eucaristia não é necessária por não ser o corpo de Cristo. Infelizmente como afirma São Pedro "Assim como entre o povo (de Israel) houve falsos profetas, do mesmo modo haverá também entre vós doutores, que introduzirão disfarçadamente seitas perniciosas. Eles, renegando assim o Senhor que os resgatou, atrairão sobre si uma ruína repentina. Muitos os seguirão nas suas desordens e serão deste modo a causa de o caminho da verdade ser caluniado..." ( II Pd 2,1 -2). Infelizmente, muitos de nossos irmãos bebem essa água suja e fazem disto um estilo de vida. A mim, cabe a missão de proteger o rebanho de Deus, muitas vezes cercado por falsos pastores. Agora, o Evangelho do terceiro Domingo da Páscoa nos concede a oportunidade de meditar um pouco sobre a relação existente entre a Palavra de Deus e a Eucaristia. Começo afirmando que todo o mundo evangélico se encontra na metade do caminho e por si só, pelas escolhas feitas se demonstra a cada dia mais e mais insuficiente! Explicarei agora: Três dias já se passaram desde que Jesus foi executado pelos romanos, morte fruto de uma conspiração das autoridades judaicas que fizeram de Jesus um inimigo da religião dos hebreus e do império romano. Dois de seus seguidores seguiam tristes pelo caminho que separa Jerusalém de Emaús. O Evangelista são Lucas narra que iam tristes, vencidos pela tristeza... O mestre está morto, logo ele tão poderoso em obras a ponto de ser esperado por eles como o libertador de Israel. Como continuar esperando pelo Mestre se ele morreu na pior de todas as condições possíveis? Eis o drama dos caminhantes que se afastavam do lugar onde ocorreu o sacríficio de Jesus. Se de um lado sua morte não é compreensível, de outro, seus milagres não podem ser negados! Eles sabiam que algumas mulheres, ainda naquele dia, tinha encontrado o sepulcro vazio, sabiam que anjos apareceram anunciando que ele vive, sabiam que até alguns do grupo mais próximo de Jesus também atestavam que a palavra das mulheres eram verdadeiras. Todavia, a experiência da morte que eles conheciam parecia mais forte. Por conta de tamanha perturbação, eles deixaram Jerusalém. Deixar Jerusalém é deixar o local onde reside a Paz, pois este é o significado de Jerusalém: cidade da Paz. E esta paz nos foi alcançada por Jesus em sua entrega de Amor por cada um de nós. Li em algum lugar que Emaús significa impureza e me permitam corrigir: eles foram para Emaús que significa desejo de Conselho. Nada pode ser mais rico em simbolismo porque quem perdeu sua paz, necessita de uma palavra que o torne forte. Saem de Jerusalém em busca de uma luz para o caminho obscurecido pela terrível sensação de derrota trazida pela morte do Mestre. O Evangelista são Lucas não nos diz em momento algum que eles estavam desesperados ou sem fé, diz que estavam tristes e caminhavam durante o dia. Quem não tem fé caminha no escuro! Quem se desloca de Jerusalém para Emaús, caminha 11 km ou na linguagem bíblica, sessenta estádios. Qual a necessidade de se especificar a distância entre a Cidade da Paz e a Cidade do Conselho? Quem busca conselho, deseja encontrar a Sabedoria! E o Livro da Sabedoria nos diz que todas as ações do Senhor nosso Deus consta de medida, número e peso (Sb 11, 22). Os números presentes em cada Evangelho tem por finalidade nos ensinar verdades ou reavivar dentro de nós verdades que estão adormecidas! 60 estádios podem ser desmembrados da seguinte maneira: Seis lembra os dias da obra criada e a expressão de bondade expressa em cada uma das obras. Dez é o número dos Mandamentos. Então 60 significa que os discípulos procuravam Conselho buscando tudo aquilo que Deus mandava nos Mandamentos. Jesus os encontra no Caminho, isso me obriga a dizer que não somos nós quem encontramos Jesus, é sempre o inverso: Jesus é quem nos encontra e isso acontece porque os dois estavam unidos em seu nome, mesmo que fragilizados, assim Jesus realiza para eles o que já prometera antes: "Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu Nome , Eu estarei no meio deles"(Mt 18,20). Cristo perguntou então aos dois discípulos que conversas tinham pelo caminho. Ao que um deles, de nome Cléofas, respondeu surpreso : "Tu és o único forasteiro em Jerusalém que não sabe o que alí aconteceu nos últimos dias? "  (Lc 24,18).  Nisto Cléofas acertou: "Ele veio para o que era seu e os seus não o receberam" (Jo 1,11). Em seguida responderam que estavam falando sobre Jesus e diante dele, demonstraram toda a insatisfação: Aguardavam que ele fosse o libertador de Israel, mas este já é o terceiro dia! Jesus então os repreende por não alcançarem o sentido das profecias. Os discípulos de Emaús viram o que os profetas anunciaram e ainda assim não entenderam. A pergunta que surge é: de que adianta ler as Escrituras se não acreditarmos nelas mesmo vendo a sua plena concretização? Entenda que o texto do Evangelho não diz que Jesus leu para eles as Escrituras, diz que Jesus EXPLICOU! De que adianta andar com a Bíblia para cima e para baixo, por todos os lados, se não somos capazes de assumir para nossas vidas o que lemos? Quem ler apenas, mas não se abre para a interpretação verdadeira, dada pelo Ensinamento da Igreja, fica com os olhos como que fechados, como estavam os discípulos do Evangelho do Terceiro Domingo da Páscoa. A explicação dada por Jesus, é capaz de incendiar os corações de quem escutar sua palavra viva e eterna! Mas ainda não abre os olhos, eles não reconheceram Jesus durante a explicação das profecias. Chegando perto do povoado, o peregrino demonstra interesse de passar adiante e neste momento surge o convite: Fica conosco, porque já é tarde e o dia declina. Este convite esconde uma mescla ainda de esperança e medo. Eles tiveram o coração aquecido, todavia falta algo! A esperanã consiste no coração já aquecido e o medo que ainda insiste em perdurar se expressa na vinda da noite. a chegada da noite anuncia o quarto dia! E as palavras de Jesus sobre sua vida dão conta de sua volta dos mortos no terceiro dia! A mesa Eucarística demonstra a finalidade da Palavra dita ao longo do caminho: ela aquece o coração e conduz à Eucaristia, o reconhecimento de Jesus no pão partilhado, que já não é mais pão é o CORPO de Cristo Jesus, não como símbolo, e sim realmente Corpo de Cristo. Eles reconhecem Jesus ao partir o pão. Com o reconhecimento, Jesus desaparece. Ao longo do caminho, tinham os olhos como que fechados e não reconheceram Jesus, agora que o reconheceram não o viram mais. Isso porque a presença perene de Jesus se dá na sua Palavra e na Eucaristia, mesas inseparáveis!  Totalmente restaurados pelo próprio Cristo, eles retornam para Jerusalém, estão pacificados e se reunem com os 11 e os outros como expressa o texto, assim, testemunham para a Igreja reunida as maravilhas de Deus realizada na vida deles por meio do encontro com Cristo. E daqui aprendemos que o melhor modo de se reconhecer Jesus consiste na atenciosa escuta da sua Palavra e da participação efetiva de seu Banquete Sacrifical: a Eucaristia! Aqui nasce em nosso coração de sacerdote uma grave preocupação que se refere ao fato de muitos seguidores de Jesus se recusarem a participar da Eucaristia. Outra diz respeito a muitos de nossos irmãos e irmãs que se reunem em assembléias para meditar a Palavra de Deus que pode até aquecer o coração mas se não vier acompanhada do reconhecimento de Jesus presente no Pão Eucarístico não nos trará de volta para Jerusalém.
Peçamos então ao nosso Deus que por meio de Seu Amado Filho, nosso Senhor Jesus, conceda dos dons do Espírito Santo a tantos que estão à procura de conselho nos caminhos da vida!


2 comentários:

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