segunda-feira, 18 de abril de 2011

Meditação do Evangelho do dia 18 de abril - Segunda- feira da Semana Santa

Estamos com Jesus, novamente na casa de Marta, Maria e Lázaro. Lá já estivemos, no Quinto Domingo da Quaresma. Voltando à casa dos irmãos que são muito próximos a Jesus, vamos nos aproximando do Mistério da Morte de Jesus. O Evangelho de João começa logo por nos situar no arco da grande festa do Cristo: estamos a seis dias da Páscoa. O ambiente é de acolhida, uma refeição entre amigos para celebrar a vida, a amizade, a alegria pela volta de alguém que havia sido arrancado do seio familiar. O cheiro do perfume utilizado para banhar os pés de Jesus, é uma oposição a outra imagem e realidade que envolveu a pouco tempo esta familia: o mau cheiro da morte que era o motivo da objeção de Maria para a ordem de Jesus que mandou removerem a pedra do túmulo. Lázaro, morto há quatro dias, exalava o cheiro da morte, da podridão que corrompe os corpos, e por isso, não se deveria abrir o túmulo. Assim nós vimos no domingo em que Jesus arrancou Lázaro do meio dos mortos. Agora estão reunidos para celebrar a vida, mas ao mesmo tempo, um sinal que aparece na cena da Ressurreição de Lázaro, fundamenta o que acontece agora: o morto saiu do túmulo envolvido com os panos da morte, sinal de que tornaria a morrer. A morte ainda não foi definitivamente vencida, só será quando Jesus adentrar o mundo dos mortos. O perfume puro e forte, é sinal do odor da vida, é Cristo que exala perfume de bondade, de alegria e de esperança por onde passar. E mesmo quando estiver morto, o seu corpo há de perfumar o mundo dos mortos, convertendo-a de castigo em possibilidade de encontro. A casa perfumada é sinal de purificação que é oposta ao cenário funebre da morte de Lázaro no capítulo 11 deste mesmo Evangelho. A proximidade da morte de Jesus, anunciada segundo ele mesmo, por meio da unção com o perfume de nardo puro, encontra-se com a esperança de vida nova, simbolizada pela presença de Lázaro, o morto que voltou à vida. Pelo que podemos perceber, há na cena do Evangelho de hoje um magnífico contraste entre os sinais de vida e os de morte. Estes sinais se entrelaçam por expressarem a força grandiosa de Deus que entregará seu Filho aos poderes da morte, para que ele a destrua para sempre.
Mas dentre todas as imagens acerca de vida e morte, nenhum fala mais forte do que a diferença de olhares em torno de Jesus. Duas pessoas sintetizam todos os sinais tanto de esperança e vida quanto de morte e mentira. Temos o olhar de Maria para Jesus que sem reserva alguma, entrega ao Filho de Deus aquilo que tinha de mais precioso, um perfume caríssimo! Ela derrama todo o perfume aos pés de Jesus, porque é ele quem importa para ela, não o valor do perfume ou o próprio perfume! Ela sintetiza todos os sinais de vida, pois demonstra uma fé inquebrantável em Cristo! Do outro lado, o olhar interesseiro, de Judas que não olha para aquele ato com amor, nem compreende o amor que atrai as pessoas para Cristo, nele e com ele, o que importa é o próprio interesse, e pior ainda interesse disfarçado de caridade! Disfarçado de preocupação. Para este a resposta de Jesus é carregada de ironia: pobres sempre tereis! É claro que sempre teremos pobres pois na maioria das vezes os que se dizem defensores da causa dos pobres só o são com a boca e não com atitudes nem com o coração! Ele sintetiza todos os sinais de morte, toda maldade e fraqueza, todos os poderes que neste mundo deveriam fazer o bem e só conseguem semear maldade e aprisionar corações!
Peçamos a Cristo nesta noite a alegria de exalarmos o bom perfume da vida, da justiça, da verdade e da paz! Peçamos a ele que nossa casa, ou seja o nosso coração também esteja perfumado com o puro e forte perfume que é a sua própria vida e palavra!

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