quinta-feira, 31 de março de 2011

O QUE VOCÊ DESEJA SABER?

Amanhã pela manhã, o Blog estará postando respostas do padre Dalmo para muitas perguntas que já foram feitas sobre diversos temas que dizem respeito à vida da Paróquia. Você pode participar deixando aqui sua pergunta.

Evengelho do dia 31 de março

Jesus estava a expulsar um demônio mudo. Quando o demônio saiu, o mudo falou e a multidão ficou admirada. Mas alguns dentre eles disseram: «É por Belzebu, chefe dos demônios, que Ele expulsa os demônios.» Outros, para o experimentarem,pediam um sinal do Céu. Mas Jesus, que conhecia os seus pensamentos, disse-lhes: «Todo o reino, dividido contra si mesmo, será devastado e cairá casa sobre casa.
Se Satanás também está dividido contra si mesmo, como há-de manter-se o seu reino? Pois vós dizeis que é por Belzebu que Eu expulso os demônios. Se é por Belzebu que Eu expulso os demônios, por quem os expulsam os vossos filhos? Por isso, eles mesmos serão os vossos juízes. Mas se Eu expulso os demônios pelo dedo de Deus, então o Reino de Deus já chegou até vós. Quando um homem forte e bem armado guarda a sua casa, os seus bens estão em segurança; mas se aparece um mais forte e o vence, tira-lhe as armas em que confiava e distribui os seus despojos. Quem não está comigo está contra mim, e quem não junta comigo, dispersa.»

Homilia do dia 31 de março feita por BENTO XVI

A época moderna desenvolveu a esperança da instauração de um mundo perfeito que, graças aos conhecimentos da ciência e a uma política cientificamente fundada, parecia tornar-se realizável. Assim, a esperança bíblica do reino de Deus foi substituída pela esperança do reino do homem, pela esperança de um mundo melhor que seria o verdadeiro «reino de Deus». Esta parecia finalmente a esperança grande e realista de que o homem necessita. Estava em condições de mobilizar – por um certo tempo – todas as energias do homem. [...] Mas, com o passar do tempo tornou-se claro que esta esperança escapava sempre para mais longe. Primeiro, compreendemos que esta era talvez uma esperança para os homens de amanhã, mas não uma esperança para mim. E, embora o elemento «para todos» faça parte da grande esperança – com efeito, não posso ser feliz contra e sem os demais –, o certo é que uma esperança que não me diga respeito a mim pessoalmente não é sequer uma verdadeira esperança. E tornou-se evidente que esta era uma esperança contra a liberdade. [...]
Precisamos das esperanças – menores ou maiores – que, dia após dia, nos mantêm a caminho. Mas, sem a grande esperança que deve superar tudo o resto, aquelas não bastam. Esta grande esperança só pode ser Deus, que abraça o universo e nos pode propor e dar aquilo que, sozinhos, não podemos conseguir. Precisamente o ser gratificado com um dom faz parte da esperança. Deus é o fundamento da esperança – não um deus qualquer, mas aquele Deus que possui um rosto humano e que nos amou até ao fim: a cada indivíduo e à humanidade no seu conjunto. O Seu reino não é um além imaginário, colocado num futuro que nunca mais chega; o Seu reino está presente onde Ele é amado e onde o Seu amor nos alcança.

Vivendo uma Verdadeira Quaresma

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Este texto é a transcrição da pregação sobre a Quaresma no Renascer do Rio. Mantido o tom coloquial.

Vamos ler juntos o Evangelho de São Lucas 4,1-12 (Quando Jesus esteve no deserto).

Nesta pequena motivação que vamos fazer agora, nós queremos mergulhar nesta palavra, pois a partir de amanhã se aproxima um tempo muito precioso para nossa Igreja. É a Quaresma. É um retiro no qual imitamos o senhor Jesus, vivendo o mistério que Ele viveu. E se nós queremos uma primeira direção, é exatamente esse versículo. Ele, conduzido pelo Espírito Santo, atravessou o deserto. Aqui começamos a entender qual o projeto de Deus. O projeto de Deus para nós nesse período. Nesses dias falamos de santidade, e desse novo ardor na evangelização. Tanto você que é “o Imaculado” como “o orgulhoso” que está seu lado, sabe das nossas fraquezas. Assumimos quem nós somos: Imaculados ou orgulhosos. Mas a nossa alma deseja esse encontro com Deus e pergunta: “Senhor eu não te encontro. Por que te ocultas? Por que te escondes?” Muitas vezes buscamos a Deus assim. Ele se esconde. Quando você diz isso, Ele responde: “Eu me escondo pra você me procurar melhor. Para que sua busca seja mais saudável. E para que você me encontre de fato”. Onde eu te procuro quando vc se esconde? “Nas profundezas da sua alma. No segredo do seu coração. Onde eu gosto de me refugiar”.

Quando pensamos em Quaresma, achamos que é penitência, jejum, deixar de tomar coca-cola, deixar de ir pro "Shaika", não tomar sorvete, andar 10 quarteirões em vez de 8. Achamos que é isso. Ficamos num ritualismo. Deus se esconde na nossa alma. Muitos santos aproveitavam a Quaresma para uma profunda conversão, Kenosys. Um profundo esvaziamento espiritual. Há revisão de vida, penitência, esmola, caridade, mas nós precisamos que o esconderijo preferido de Jesus seja no íntimo do nosso coração.

Onde é o esconderijo de Jesus? Na intimidade do seu (teu) coração. Para uma boa Quaresma, fazemos o silêncio. Este vale mais que o jejum. Faz aí pro “imaculado”, fecha a boca dele. Não é ser um grosso, e parar de dizer “Oi, tudo bem” ou “Como vai?”. Período de Quaresma é período de silêncio. Para podermos escutar a Deus. Jejum da língua. Lembra da língua? Onde ela leva? Pro inferno! Se não tomar cuidado. Faça jejum da língua. Se retire em silêncio nesta Quaresma. Deixe que os outros falem. Deixe principalmente que Deus fale. Deixe esse propósito ser de dentro pra fora. A vontade de Deus tem que calar o nosso coração. Silêncio. Esse é o primeiro aspecto para escutar mais a Deus. A gente começa a entender um pouco das tentações de Jesus no deserto. A sede de querer "fazer" (fazer muitas coisas, agir, produzir). Mesmo no reino de Deus queremos "fazer" para mostrar para os outros que sabemos "fazer". É preciso este escutar de Deus para que essa sede de poder perca suas forças. Cuidado, o demônio quis oferecer o poder até para quem era O Poder.

O silêncio nos interioriza mais. E sabemos de onde vem os pensamentos. Há uma tendência dos pensamentos virem de quem nos ama, Deus. Nesse período de retiro, vamos buscar o silêncio do nosso interior. Você tem noção de como fazer isto? Fale aí pro “orgulhoso do teu lado”. Lembre-se de que Elias procurou Deus no vendaval, mas só O encontrou na brisa suave.

Não fale das pessoas. Não fale mal das pessoas. Não fale mal das pessoas. Não fale mal das pessoas. Não fale mal das pessoas. Diz isso pro orgulhoso. Não falar mal da Igreja. Não falar mal do pároco. Não falar mal do seu grupo de oração. Não falar mal da sua comunidade. Porque quando fazemos isso, nos colocamos no lugar do fariseu. Na Quaresma, Deus se decide por nós. Por cada um dos fiéis. Para que eles possam viver a mesma experiência que Ele viveu. É sem duvida um período de muita tentação. Muita tentação. Deixe que os outros sejam no nosso grupo, na comunidade, o que nós queremos ser. Às pessoas que estão ali escondidas, dê oportunidade.

Outro aspecto da Quaresma são as armas espirituais que Deus nos dá. Precisamos começar a entender (ou recobrar na nossa memória) que nós vivemos uma realidade espiritual e o demônio não quer uma alma consagrada a Deus. Não quer que uma alma encontre seu amado. E não querendo, vai fazer de tudo para que a alma não se encontre com Deus. Vai faz de tudo para que viva na periferia espiritual.

O jejum é uma arma fortíssima. Geralmente deixamos de comer, comendo pão e água. Se você fosse comer, o prato estaria na mesa. Você está no centro da cidade, horário do almoço, restaurante, fila, trabalho. Pega as comidas mais gostosas, coloque numa quentinha e leve para o pobre. Não que isso vá levar você pro Céu, só fazendo isso. Mas é um exercício para lhe lembrar que existem necessitados. É o melhor jejum que existe. Pega o prato de comida e dá pro necessitado. Quem quiser fazer mais, senta com ele e come com ele. Teve uma vez na comunidade que fomos comer com os mendigos. O mendigo deu a primeira colherada e lambeu a colher.

“Porque você tá me dando essa comida?”
“Por que você é muito importante.”
“Pois coma comigo.” E deu a colher.
“........"


Os católicos não vivenciam como é preciso as Quaresmas. As Igrejas estão esvaziando no período da Quaresma. O sacrifício vai nos levar a essa libertação. Escolha um dia. Geralmente as pessoas fazem na sexta feira. A nossa comunidade (Shalom) faz na sexta, por costume. É um dia de alegria. É uma dor feliz. Não pode ser um dia de tristeza. Não é a visão do Antigo testamento, mas do Novo. O dia do jejum é um dia de alegria, pois nos decidimos contra o pecado. O jejum vai nos levar a isso. Não fique com esse “jejum de Zona Sul do Rio de Janeiro”. “Eu vou deixar de comer aquela torta de maçã?” Cale sua boca e pare com isso, pois sua torta não vai valer de nada. Agora o pessoal da “Zona Norte deve estar pensando: "Graças a Deus,  nem estou dizendo isso.(risos)" Bem, se pensou isso então é porque não entendeu nada.

A outra coisa é a confissão. Fale aí com o orgulhoso. Pegue um papel em branco e você vai dá-lo pro chefe. Depois pra sua tia, pro marido, pros filhos... E diga: “diga o que você pensa de mim com sinceridade”. Entrega para seus amigos e inimigos. Para os que são da comunidade, entregue para os formadores. “Ajude-me, por favor, a ser santo. O que é preciso melhorar?” Ponha tudo no liqüidificador e toma. Depois vá ao sacerdote. Faça um combate frontal contra seu orgulho. Escreva suas raízes, pecados. Fale no espelho feito doido. Converse mais com você mesmo. Depois vá para Deus. Aprofunde o máximo para fazer uma boa confissão. Não uma "confissãozinha" qualquer. Há quem tenha vergonha de usar cruz na confissão ou procura padre cego para confessar. Pode-se até procurar, mas qual o motivo? Não seja hipócrita diante do sacerdote. O que eu faço? "Ah, eu Na Quaresma, "eu" me confesso todas as semanas". Se confesse à luz do Espírito de Deus. Fala com o "orgulhoso" e pergunta se ele está a fim de se confessar toda semana ou todo dia.

O melhor lugar onde podemos estar e assumir é o da pecadora (a pecadora arrependida aos pés de Jesus, cf Lc 7). Pois ela foi aos pés de Jesus e se arrependeu. Um perfeito arrependimento. No Antigo Testamento, Deus trata do seu povo como sua esposa. Uma das coisas que Ele abomina é a esposa infiel. A traição é uma coisa que marca as pessoas. É uma coisa triste. É um defeito de personalidade. Imagine quando casar do que será capaz. Coloque diante do senhor seus pecados. O que o orgulhoso disse quando você perguntou? Faça uma revisão de vida, com papel, se retirando para orar. Adore ao Santíssimo.

Vamos entrar em algumas outras armas. A esmola, visitar os doentes. Não como um ritualismo. Vamos fazer penitencia. Não só da torta de maçã. Faça uma lista das pessoas que você precisa perdoar. Mas não na frente das pessoas. Não uma coisa pública. De preferência no seu coração e demonstrar que perdoou. Faça uma lista e coloque diariamente na Quaresma.

Por fim, queria falar sobre a Semana Santa. O Brasil que se diz católico está dessacralizado. As pessoas só pensam em lazer e descanso. As famílias querem viajar para visitar os familiares. É a semana mais importante da História da humanidade, e eles querem folga. Perderam a dimensão do sacrifício e do mistério de Cristo. A gente faz retiro e não vai ninguém no retiro. As Igrejas vazias. Paróquias vazias. Pessoas querem a festa da páscoa. “Peixe. O melhor peixe. Um tubarão! Ao molho de camarão! Na boca do tubarão saindo uma lagosta!” E quem não tem deseja ter. Isso tudo é fruto de um capitalismo barato. Precisamos de conversão. Vale mais você visitar os pobres do que ir pra uma ceia. Uma refeição você tem todo dia e todo domingo. São os necessitados que precisam de mim, da minha visita. A visita vai despertar em você algo. Semana Santa é tempo de evangelização. Para gente ir para nossa Igreja, paróquia, se envolver e viver os mistérios. É um período bom pra gente. Nas férias, aí sim, é praia, curtir, você vai para Angra... O Brasil está dessacralizado! Não estou sendo radical. Estou sendo realista. Nós católicos precisamos viver a nossa fé.

Faça uma guerra contra seu pecado e um encontro com a misericórdia. Os supermercados do Céu estão abertos no período da Quaresma. Não é um encontro com a desgraça. Não deixe passar batido. Lembre-se, Jesus foi conduzido pelo Espírito pelo deserto. Conduzido, através. Não para ficar no deserto. A Quaresma deve ser conduzido pelo espírito para não ser um ritualismo. 

Sidney Timbó

quarta-feira, 30 de março de 2011

No Mistério da Cruz a Misericórdia do Pai

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É no mistério da Cruz que se revela plenamente o poder incontível da misericórdia do Pai celeste. Para reconquistar o amor da sua criatura, Ele aceitou pagar um preço elevadíssimo: o sangue do seu Filho Unigênito. (Bento XVI mensagem para Quaresma 2007)

Iniciaremos dia 21 de fevereiro (em 2007, a quarta-feira de cinzas) o tempo litúrgico da Quaresma, este tem por finalidade nos preparar para a Páscoa do Senhor. A liturgia desse tempo conduz tanto os catecúmenos pelos diversos graus de iniciação cristã, como os fiéis, através da lembrança do Batismo e Penitência, para a celebração do mistério pascal.

A duração de quarenta dias da Quaresma encontra seu simbolismo na Bíblia: os 40 dias de jejum de Jesus no deserto (Mt 4,1s), os 40 anos de peregrinação do povo hebreu no deserto até chegar a terra prometida, os 40 dias de jejum de Moisés no monte Sinai (Ex 34, 28), os 40 dias em que o gigante Golias desafiou o povo de Israel até sua morte por Davi, os 40 dias que o profeta Elias caminhou até a montanha de Deus, o monte Horeb, sustentado pelo pão cozido e água (I Rs 19, 5-8), os 40 dias do dilúvio, os 40 dias em que o profeta Jonas pregou a penitência aos ninivitas (Jn 3, 4).

São 6 os domingos da Quaresma, denominados de I, II, III, IV, e V domingos da Quaresma; o 6° domingo é o que inicia a Semana Santa e é chamado Domingo de Ramos ou da Paixão do Senhor.

Neste ano de 2007, ano C a liturgia propõe para a Quaresma um caráter penitencial. “Apresenta-nos uma catequese da reconciliação, tema que encontra seu ápice na Páscoa, sinal supremo da nossa reconciliação com o Pai” Nesse período teremos a graça de mergulharmos profundamente no evangelho de Lucas, aonde a misericórdia é o tema principal.
A Quaresma aparece como este tempo de aprofundamento do discipulato de Cristo, nós seus discípulos, participamos intimamente da sua vida, e nos unimos a Ele nesse caminho de deserto, nesse caminho do grão de trigo que cai na terra para morrer e dar frutos, é tempo de conversão para Deus, de reordenar a vida para o Senhor, de dar espaço para o homem novo.
Neste tempo a Igreja nos convida pelas obras de penitência a se deixar purificar por Cristo, nosso esposo e destaca como meios para isso o jejum, a oração e a caridade, estas devem ser realizadas como participação do mistério de Cristo.

Jejum:

Este deve expressar o desejo de uma conversão interior, pois não adianta abster-se de qualquer alimento, se não se dispõe concretamente a lutar contra o pecado.
A ascese da Quaresma não se restringe ao jejum, mas engloba toda atitude que leve a virtude da temperança, nos libertando dos vícios e pecados, para uma vida nova, fruto da Paixão de Cristo. A ascese cristã tem em vista a renovação interior do homem pelo dom do Espírito Santo, a fim de lutando contra o pecado pela mortificação, sejamos dóceis à ação salvífica de Deus em nós, cujo ápice é a Páscoa de Cristo. O fundamento da ascese cristã é Cristo e sua Paixão. E esta ascese tem por finalidade gerar em nós a “pobreza de coração”, que se entrega sem restrições, plenamente, ao Pai em Cristo e não apenas oferece “coisas” exteriores; o que o Senhor quer de nós na verdade, é um coração contrito e humilhado, livre da auto-suficiência que se manifesta no apego à riqueza e no orgulho; quer que façamos como o publicano que disse, batendo no peito, e foi justificado: Senhor, tende piedade de mim que sou um pobre pecador.

Oração

O período da Quaresma é tempo de oração, de orarmos mais demoradamente e mais profundamente, de orarmos segundo seu significado mais profundo que é a participação na oração de Cristo. Orar para que sejamos dóceis, completamente abertos à vontade de Deus, seja nossa oração um dobrar-se, prostrar-se diante de Deus numa postura interior de entrega plena a Deus. Tempo de escuta atenta da Palavra de Deus, pois é esta Palavra que penetra e é capaz de infundir em nós a luz para reconhecermos a nossa condição de pecador, ela nos convida a conversão e também é ela que gera no nosso coração a confiança na misericórdia de Deus. Por ser a Igreja uma comunidade orante e penitente, esta oração deve ser não só pessoal, mas também comunitária, se valorize mais a graça de rezar junto como Corpo de Cristo.
O Sacrossanctum Concilium recomenda que especialmente neste tempo, não se deixe de interceder pela conversão dos pecadores.

Caridade

A exemplo do Cristo “que tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim” também nós seus discípulos possamos movidos por este amor, nos dar aos nossos irmãos em total abertura, lutando contra o egoísmo que nos fecha em nós mesmos e indo ao encontro dos que sofrem, dos pobres.

Orientações práticas para a Quaresma:

Não são permitidas flores sobre o altar. Devido ao espírito penitencial, os instrumentos musicais só podem ser usados para acompanhar os cantos. O silencio dos instrumentos musicais e a ausência das flores indicam austeridade, penitência, conversão em preparação às festas pascais, bem como a cor roxa das vestes sagradas.
Os cantos devem ser adequados a esse tempo e preferivelmente estejam em sintonia com os textos litúrgicos.

Sejam estimulados os exercícios de piedade mais consoantes com esse tempo como a Via Sacra.
A Quarta feira de Cinzas é dia de jejum e abstinência.
No 4° domingo da Quaresma (Domingo Laetare) e nas solenidades e festas é permitido o uso de instrumentos musicais, bem como de flores no altar. As vestes sagradas nesse domingo podem ser de cor rosa. 


Papa Bento XVI

Evangelho do dia 30 de março

Evangelho segundo São Mateus 5, 17-19

Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas. Não vim revogá-los, mas levá-los à perfeição. Porque em verdade vos digo: Até que passem o céu e a terra, não passará um só jota ou um só ápice da Lei, sem que tudo se cumpra. Portanto, se alguém violar um destes preceitos mais pequenos, e ensinar assim aos homens, será o menor no Reino do Céu. Mas aquele que os praticar e ensinar, esse será grande no Reino do Céu.

Pela Sua obediência vencemos a desobediência que nos afastou de Deus

Vimos Cristo obedecer às leis de Moisés, isso quer dizer que Deus, o legislador, se submetia, como um homem, às Suas próprias leis. É o que nos ensina São Paulo [...]: “Ao chegar a plenitude dos tempos, Deus enviou Seu Filho, nascido de mulher, nascido sujeito à Lei, para resgatar os que se encontravam sob o jugo da Lei” (Gl 4, 4-5). Por conseguinte, Cristo resgatou da maldição da Lei os que a ela estavam sujeitos, mas que não a observavam. De que modo os resgatou? Aperfeiçoando esta Lei; dito de outro modo, a fim de apagar a transgressão da qual Adão se tornou culpado, Ele mostrou-Se obediente e dócil para com Deus Pai em nosso lugar. Porque está escrito: “Como pela desobediência de um só, muitos se tornaram pecadores, assim também, pela obediência de um só, muitos se tornaram justos” (Rm 5, 19). Conosco, Ele curvou a cabeça perante a Lei, e o fez segundo o plano divino da Encarnação. Com efeito, “convém que cumpramos assim toda a justiça” (Mt 3, 15). Depois de ter tomado completamente a condição de servo (Fl 2, 7), precisamente porque a Sua condição humana o agregava ao número dos que suportavam o jugo, pagou o montante do imposto aos cobradores como toda a gente, ainda que por natureza, e como Filho, estivesse dispensado disso. Por conseguinte, quando tu O vês observar a Lei, não fiques chocado, não ponhas no rol de servos Aquele que é livre, mas avalia pelo pensamento a profundidade de um tal amor.

terça-feira, 29 de março de 2011

Participe da Missa da Família

Obrigado Senhor porque eu tenho família!

Muito obrigado,Senhor, porque toda vez que eu cair, a minha família me estenderá a mão e me levantará!
Muito obrigado, Senhor, porque sempre que tentam me enganar, a minha família luta para me abrir os olhos!
Muito obrigado, Senhor, porque sempre que eu penso em desistir de algo importante, a minha família está lá para garantir que eu não vou me entregar!
Muito obrigado, Senhor, porque se eu for dormir sem lembrar a importância da família, pela manhã meu pai, minha mãe e irmãos vem me lembrar!
Muito obrigado, Senhor porque minha família é minha vida!

MISSA DA FAMÍLIA

A Paróquia de São Pedro e São Paulo se alegra com a visita de Dom Aldo di Cillo Pagotto que na ocasião irá presidir a celebração Eucarística dedicada às famílias.
Local: Matriz de São Pedro e São Paulo - Tibiri II
Horário: 19:30h

Participe e traga todos os seus amigos, vizinhos e familiares

Missa da Família

Paróquia de São Pedro e São Paulo celebra amanhã, quarta feira, a Missa da Família, as 19:30h. Venha com sua família, seus amigos, vizinhos e participe conosco deste momento de oração por todas as famílias de nosso bairro.
Favor trazer um item de limpeza que será destinado ao Hospital Padre Zé.
Contamos com a sua presença!

Sacerdotes infelizes - Padre Zezinho, scj

Acontece em todas as religiões e em todas as igrejas. Soa como catástrofe. Alguém sente-se chamado a ensinar caminhos de felicidade e promover ajustes e  acaba infeliz e desajustado. O Deus que ele anuncia não funciona para ele. Está infeliz, é infeliz e não consegue fazer os outros felizes. Pode ser enfermidade, pode ser lacuna no processo de formação. Pouco estudado ou culto, o fato é que precisa de ajuda e não aceita. Acha que não precisa. Mas todo mundo vê que seu pregador não é feliz. Seus gestos e atitudes o traem.
Insatisfação com lugar, ministério, transferência, estudos, resposta do povo, bebida, expectativas frustradas, promoção que não veio, ingratidão, preterição, perda de motivação, rotina, abandono da leitura, abandono da prece, abandono da meditação, rotina dos sacramentos, sentimentos frustrados, tudo contribui para o azedume, o queixo caído, os sobrolhos crispados, as respostas bruscas, a impaciência, a ironia, as criticas, os queixumes e a murmuração.
E há o que persegue fama, diversão, mundanidades, conhece todos os vinhos, todos os pubs, todos os restaurantes finos, todos os teatros, todas as peças, todos os livros, todos os programas de televisão, mas tem dificuldade de atender o povo. Faz tempo que perdeu a gentileza e a paciência. E há o turista que viaja não para pregar, mas por viajar. E tira dias a três férias de 15 dias a pretexto de estudos que não faz. E há o sofredor, silencioso que faz tudo certo, mas por dentro não está feliz. Não sabe se lhe falta alguma coisa ou algum alguém. O fato é que não está feliz!
E há o investimento para os pais e para a irmã, o carro novo, a roupa estilizada, os amigos da alta roda, os ricos, os bajuladores, a indispensável cervejinha, as discussões, os gritos, as desfeitas, o silêncio e o mutismo...
Infeliz! Nada está bom, nada estará bom, nada vai dar certo. Lá ele não vai, isso ele não faz, desse jeito ele não quer! O bispo, o conselho, os superiores já nem não contam mais com ele. Deixam que faça o que quer, já que não faz o que deveria. E ele faz o que bem entende e, mesmo assim, não está satisfeito. Falta alguma coisa que com tanto estudo e leitura ele não sabe dizer o que é. Cria uma comunidade e conflita com ela. Funda  uma igreja e conflita com ela. Católico, evangélico ou pentecostal, seus colegas de ministério não sabem mais o que fazer por ele.
Há o que prega bonito quando o chamam. Falar ele sabe. Viver é que ficou difícil. Os casais percebem e oram por ele. Colegas oram, amigos oram. Mas ele não se apruma! Se alguém está errado este alguém não é ele!
Já tentou falar sério com um deles? Então já sabe qual foi a resposta. Já tentou tirar da água alguém que perdeu as forças? Aconselhamento, direção espiritual, psicólogo? Quantos aceitam?
Faça de tudo para não perder a motivação dos primeiros dias e coloque na sua mente e no coração, se é que você distingue entre os dois, a idéia de que foi ordenado para ser segundo e para servir; nunca procurar os primeiros lugares nem conforto nem sonhar alto demais. Foi chamado para estar lá, com os mais carentes e com o povo; ajudar com ou sem maiores repercussões, com ou sem reconhecimento, com ou sem conforto e, se for o caso, sem troféu nem aplausos. Ser simples em tudo é uma salvaguarda poderosa contra a infelicidade. Não há fórmulas mágicas, mas a disponibilidade salva e direciona.
De um venerando sacerdote que passou a vida ouvindo e aconselhando sacerdotes, religiosos e religiosas insatisfeitos, ouvi, numa conferência, uma frase marcantes a respeito de felicidade e infelicidade: “São mistérios administráveis pelo desapego”. Não sei se entendi o alcance de sua filosofia, mas sei aonde quis chegar. Numa noite de tempestade faltou energia na casa e acendi uma pequeníssima lanterna que tinha de reserva. O pequeno facho da pequena lanterna foi o suficiente para eu concluir o meu trabalho. Meu computador tinha carga para cinco horas... Armazenar pode ser o verbo!...
 

VIAGEM PARA A PAIXÃO DE CRISTO


A Paróquia São Pedro e São Paulo está promovendo uma viagem para NOVA JERUSALÉM - Pernambuco para a Paixão de Cristo, o maior evento ao lar livre do mundo! O pacote custa R$ 140, 00 e traz incluso o ingresso. A data da Viagem é 15 de abril de 2011. Os interessados devem procurar Gilvânia ou ligar para 88390761 ...

Maria e o feminino amor de Deus

Conferindo as Sagradas Escrituras e os escritos dos Santos Padres, o Concílio de Latrão preconizou como verdade a Virgindade Perpétua de Maria no ano 649. Durante o Concílio, o Papa Matinho I assim afirmou: “Se alguém não confessa de acordo com os santos Padres, propriamente e segundo a verdade, como Mãe de Deus, a santa, sempre virgem e imaculada Maria, por haver concebido, nos últimos tempos, do Espírito Santo e sem concurso viril gerado incorruptivelmente o mesmo Verbo de Deus, especial e verdadeiramente, permanecendo indestruída, ainda depois do parto, sua virgindade, seja condenado”. Nossa Senhora foi sempre Virgem, isto é, antes do parto, no parto e depois do parto. Os diversos credos e concílios antigos retomaram e afirmaram essa verdade. Santo Inácio de Alexandria, são Justino, santo Irineu, santo Epifânio, santo Efrém, santo Ambrósio, são Jerônimo e santo Agostinho foram os exímios defensores da Virgindade de Maria. A Virgindade perpétua de Maria faz parte integrante da fé cristã.

Os Evangelhos falam pouco de Nossa Senhora

Muitas pessoas questionam que o Novo Testamento pouco fala de Nossa Senhora. Logo, essas pessoas concluem que Maria Santíssima não tem tanta importância, pois se tivesse, as Epístolas dos Apóstolos com certeza ensinariam a respeito. O fato do Novo Testamento, aparentemente, pouco falar de Nossa Senhora não significa muita coisa. Os Evangelhos apenas tratam da "Vida Pública" de Nosso Senhor, durante apenas 3 anos de sua vida. As Epístolas tratam da expansão da Igreja de Cristo. Não podemos dizer que a chamada "vida oculta" de Nosso Senhor (até os 30 anos de idade) significaria que durante 30 anos de sua vida, Nosso Senhor não tinha muita importância. Ora, Jesus Cristo passou 30 anos com Nossa Senhora e só 3 anos com o resto da humanidade. Será que isso já não é sinal de que há muitas coisas que não conhecemos da vida de Jesus e de Nossa Senhora? "Há ainda muitas coisas feitas por Jesus, as quais, se escrevessem uma por uma, creio que este mundo não poderia conter os livros que se deveriam escrever" (Jo 21,25).

Analisemos agora se os Evangelhos falam pouco de Nossa Senhora.

Os católicos conhecem a obra prima de Deus, que é Nossa Senhora, a criatura mais perfeita que foi criada, onde Deus escolheu como tabernáculo para si: "Cristo, porém, apareceu como um pontífice dos bens futuros. Entrou no tabernáculo mais excelente e perfeito, não construído por mãos humanas, nem mesmo deste mundo" (Hb 9, 12). Esse tabernáculo mais excelente e perfeito foi saudado pelo Arcanjo S. Gabriel: "Ave, cheia de graça. O Senhor é convosco". Quanta grandeza apenas nessas palavras. Nossa Senhora tinha a graça de Deus e Deus era com Ela ainda antes da concepção. Naquele momento se cumpria todas as profecias da vinda do Messias. Era o momento da encarnação do Verbo de Deus, onde tudo dependia de um consentimento de uma "virgem", o seu "sim" nos trouxe o Messias esperado. A maneira da saudação do Anjo transparece a grandeza de Nossa Senhora, pois o Anjo a saúda como: "Ave, Cheia de Graça". Ele troca o nome "Maria" pela qualidade "Cheia de Graça", como Deus desejou chamá-la. Ela era a criatura que havia "achado graça diante de Deus" e, por isso, foi escolhida como a Mãe Dele.

Maria, Bendita entre todas as mulheres

Bendita sois vós entre as mulheres”.


Poucas palavras para mostrar o fato central do cristianismo: a encarnação do Verbo de Deus. Um fato esperado pelos séculos, cujos profetas não viram apesar de tanto terem desejado. Todas as profecias do Antigo Testamento inclinam-se diante dessas poucas palavras. Todo o Novo Evangelho é conseqüência dessa encarnação, e todo o Antigo Testamento era o prenúncio do que ocorria naquele momento, naquele pequeno cômodo da casa de Nazaré, onde uma Virgem recebia a visita de um enviado de Deus. Que maravilha da graça se operava naquele momento, quando a Virgem Maria cooperava, pelo livre consentimento de sua fé, de sua virgindade, de sua humildade, para o mistério inicial do Cristianismo, coberta pela sombra do altíssimo, revestida do Espírito Santo, e concebendo, em seu seio virginal, o próprio Filho de Deus! Logo em seguida, que culto já não lhe prestou a própria Santa Izabel quando a aclamou: "Mãe de meu Senhor": "Donde me vem a dita que a Mãe de meu Senhor venha visitar-me?" (Lc 1, 43). E, no ventre de Santa Izabel, exultava S. João Batista ao ouvir a voz de Nossa Senhora. Santa Izabel, repleta do Espírito Santo, exclama em alta voz, repetindo e completando as palavras do Anjo: "Bendita sois vós entre todas as mulheres; bendito é o fruto do vosso ventre!". E a própria Nossa Senhora completa, inspirada pelo Espírito de Deus: "De hoje em diante todas as gerações me chamarão bem-aventurada, porque Aquele que é todo poderoso fez em mim grandes coisas!" (Lc 1, 48). Já na manjedoura os Reis Magos foram adorar o Menino-Deus "nos braços de Maria, sua mãe" (Mt 2, 11), como fazem todos os católicos do mundo inteiro. E o velho Simeão, profetizando, associa a Virgem Mãe de Deus a todas as contradições a que estaria sujeito o seu Filho, e de modo particular ao gládio de dor que deverá uní-lo no grande suplício (Lc 2, 34). E como poderia ser menor a grandeza Daquela que tinha autoridade sobre o próprio Deus, que a obedecia na intimidade do lar: "... mostrando-se submisso a ela em tudo" (Lc 2, 51). Nas Bodas de Caná transparece de modo fulgurante o poder da Santíssima Virgem, que é capaz de antecipar a hora de Deus, que a adianta pelo pedido de sua Mãe, fazendo o seu primeiro milagre e confirmando a fé em seus apóstolos, mudando a água em vinho (Jo 2, 1- 11). É por isso que nos diz o Evangelho, narrando a grandeza de Maria Santíssima: "Bem-aventurada as entranhas que te trouxeram e o seio que te amamentou" (Lc 11, 27). Eis o culto de Nossa Senhora fundado no Evangelho, dele dimanando como de sua "fonte divina", e dali se irradiando séculos afora. Eis o culto de Maria Santíssima, não escondido nas trevas, nem envolto no silêncio, mas divinamente proclamado à face do universo. Os Evangelhos, afinal, falam pouco de Nossa Senhora? Só se déssemos primazia à quantidade em detrimento das palavras... Maior foi o milagre da encarnação do que todas as ressurreições operadas por Jesus. Se não houvesse a encarnação, não haveria a Redenção. É certo que Nossa Senhora, durante toda a sua vida, procurou ficar no anonimato, escondida dos homens e amada por Deus. Era tanto o esplendor da Santíssima Virgem que S. Dionísio, declara que teria considerado Maria como uma divindade, se a fé não lhe houvera ensinado ser ela a mais perfeita imagem que de si formara a Onipotência. Santo Irineu dizia: "Os laços, pelos quais Eva se deixou acorrentar, por sua credulidade, Maria rompeu-os pela sua fé". Referindo-se, é claro, à passagem do Gênesis: "Ei de por inimizade entre ti e a mulher, entre sua raça (semente) e a tua; ela te esmagará a cabeça" (Gn 3, 15). O que Eva perdeu por orgulho, Nossa Senhora ganhou por humildade.

Maria, virgem antes do parto

Desde o início do cristianismo Nossa Senhora era cultuada como "Áiepartenon", isto é, a "sempre Virgem". A virgindade eterna de Maria é facilmente demonstrável, quer seja pela Sagrada Escritura ou pela Tradição, quer seja pela lógica. O que devemos provar:


1. Nossa Senhora era Virgem antes do parto;

2. Nossa Senhora permaneceu Virgem durante o parto;

3. Nossa Senhora permaneceu virgem após o parto.

Três asserções que provamos aqui com a Bíblia na mão, e um pouco de lógica na cabeça. Aliás, a terceira já está provada pela própria explicação dos irmãos de Jesus. Todavia, vamos aprofundar mais um pouco a análise.

Nossa Senhora era Virgem antes do parto

A primeira asserção é admitida pelos próprios protestantes, pois se encontra positivamente no Evangelho: "O Anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma virgem desposada... e o nome da Virgem era Maria". (Lc. I, 26). Mais positivo ainda é o testemunho da própria Virgem objetando ao anjo: "Como se fará isso, pois eu não conheço varão?". Nenhuma dúvida subsiste - Maria Santíssima era Virgem.


Maria, virgem durante o parto

O segundo argumento, mostrando que a Mãe de Jesus ficou virgem no parto, pode deduzir-se dos mesmos textos. O que é concebido por milagre deve nascer por milagre; o nascimento é a conseqüência da concepção; sem esta conseqüência, o milagre seria incompleto. Em outras palavras, Deus teria operado um milagre incompleto ao desejar manter a virgindade de Nossa Senhora e não tendo levado essa promessa até o final. "Como se fará isso, pois eu não conheço varão?" "O Santo, que há de nascer de ti, será chamado Filho de Deus, porque a Deus nada é impossível" (Lc 1, 35). A Deus nada é impossível, a virgindade de Nossa Senhora seria preservada, mesmo ela "não conhecendo varão". Continuamos na argumentação. O Evangelho nos mostra que Maria, tendo chegado ao termo ordinário da natureza, "deu à luz o seu filho. E estando ali, aconteceu completarem-se os dias em que devia dar à luz" (Lc 1, 6).                                         Ora, "conceber" e "dar à luz" são dois termos de uma ação única. A mãe concebe, para dar à luz - é uma só ação: gerar filhos. O parto e a conceição são inseparavelmente ligados, sendo o primeiro o preço doloroso da segunda (perder a virgindade); sendo Maria Santíssima libertada da segunda parte, por meio do milagre de Deus, deve sê-lo da primeira, pois para Deus não é mais custoso fazer "nascer" virginalmente do que fazer "conceber" virginalmente. Ademais, se a ação virginal havia começado, pela ação do Espírito Santo, Deus completaria essa ação no momento em que esta chegasse ao seu final. É uma conseqüência lógica e necessária, sob pena de negar o milagre completo de Deus manifestado em sua vontade e na resolução de Nossa Senhora de manter a virgindade. A própria dúvida de Nossa Senhora em relação à concepção deixa claro a posição dela perante a virgindade: "Como se fará isso, pois eu não conheço varão?". O Anjo resolve o problema: "O Santo, que há de nascer de ti, será chamado Filho de Deus, porque a Deus nada é impossível" (Lc. 1, 35).          A conceição da Virgem Santíssima é, pois, obra do Espírito Santo: "O Espírito Santo descerá sobre ti e a virtude do Altíssimo te cobrirá com sua sombra. E por isso mesmo o santo que há de nascer de ti será chamado Filho de Deus." (Lc. 1, 35). "Conceber" Jesus e "dá-lo à luz" são, textual e literalmente, um só milagre, o milagre da encarnação.   Separar estes dois termos, que o Evangelista resumiu de propósito numa única frase, é adulterar de maneira visível o texto e a significação da palavra de Deus. Sendo Nossa Senhora virgem antes do parto, deve sê-lo também durante o parto, pois o milagre da encarnação é uno e completo. E isto é muito conforme à profecia: "uma virgem conceberá e dará à luz". É o próprio Evangelho que faz a aplicação desta profecia: "Ora, tudo aconteceu para que se cumprisse o que foi dito pelo Senhor, por meio do profeta" (Mt 1, 22). Ou seja, conceber e dar à luz, virginalmente! A Virgindade de Nossa Senhora antes e durante o parto é uma verdade que não se pode negar, senão espezinhando-se todas as regras da lógica e da hermenêutica. Deus quis manter a virgindade de Nossa Senhora antes e durante o parto, não o precisava, mas assim o fez.

Maria, virgem após o parto

Sobre a virgindade de Nossa Senhora após o parto, já foi provado anteriormente. Todavia, para dar mais realce à explicação, façamos uma reflexão: Quando Nossa Senhora afirma, categoricamente, "eu não conheço varão", ela não está dizendo que "até o momento eu não conheço", mas que ela, por opção pessoal, não "conhece varão", o que dá uma extensão geral à sua afirmação. Segundo a tradição, Nossa Senhora havia feito um voto de castidade perpétua e assim o manteve, mesmo vivendo com S. José, como fica clara pela própria afirmação dela ("Eu não conheço varão"), quando já estava desposada de S. José. Se não fosse propósito de Nossa Senhora manter a castidade perpétua, sua afirmação não teria propósito, pois o Anjo poderia lhe responder: "se ainda não conhece, conhecê-lo-á logo; não é José teu esposo?”. A sua afirmação só faz sentido, dentro do contexto, tendo Nossa Senhora feito o voto de castidade perpétua. S. Marcos, na mesma linha, chama Jesus "O filho de Maria" (Mc 6, 3), e não um dos filhos de Maria, como querendo mostrar que ele era o seu filho único. Desfazendo objeções protestantes: "antes de coabitarem", "filho primogênito" e "não a conhecia até que ela desse à luz"

a) "antes de coabitarem"

S. Mateus: "Maria, sua Mãe, estava desposada com José. Antes de coabitarem, ela concebeu por virtude do Espírito Santo" (Mt 1, 18). Ora, "antes de coabitarem" significa apenas "antes de morarem juntos na mesma casa". Isso aconteceu quando "José fez como o anjo do Senhor lhe havia mandado e recebeu em sua casa sua esposa (Maria)” (Mt 1, 24).

b) "filho primogênito"

S. Lucas: "Maria deu à luz o seu filho primogênito" (Lc 2, 7). Explicação: É errado concluir que devia seguir o segundo filho. A lei de mosaica exige que todo o primogênito seja consagrado a Deus, quer seja filho único ou não: "Consagrar-me-ás todo o primogênito (primeiro gerado) entre os israelitas, tanto homem como animal: ele é meu" (Ex 13, 2). Um exemplo elucidativo encontrado no Egito, retirado de uma inscrição judaica: "Arisoné entre as dores do parto morreu ao dar à luz seu filho primogênito". Ou no Êxodo, quando Deus disse: "Todo o primogênito na terra do Egito morrerá" (Ex 11, 5). E assim aconteceu. "Não havia casa em que não houvesse um morto" (Ex 11, 30). Necessariamente, havia, como em todos os países, casais de um só filho; por exemplo, todos os que se tinham casado nos últimos anos... Depois, em outro trecho, Deus ordena: "contar todos os primogênitos masculinos dos filhos de Israel, da idade de um mês para cima" (Nm 3, 40). Ora, se há primogênito de um mês de idade, como é que se pode exigir que, para haver primeiro, haja um segundo?

Logo, há primogênito sem que haja, necessariamente, um segundo filho.

A primogenitura era um título de dignidade e de honra entre os Judeus. Geralmente, o filho, primeiro, tinha direito a certos privilégios, como os de herdeiro etc, ficando sujeito a certas obrigações, como vemos na Bíblia. (Lc 2, 23) É, portanto, de propósito e com razão que o Evangelista chama Jesus: "primogênito". Designa-o, deste modo, como herdeiro de David, como tendo um direito privilegiado sobre esta herança (Gn 10, 15 - 21, 12). E é isso que se pode verificar na apresentação de Jesus no templo: "Depois que foram concluídos os dias da purificação de Maria, segundo a lei de Moisés, levaram-no a Jerusalém para o apresentarem ao Senhor: Todo o varão primogênito será consagrado ao Senhor" (Lc 2, 22) Essa passagem é muito clara e resolve de uma vez a discussão sobre a "primogenitura" de Nosso Senhor, pois a apresentação no templo ocorreu apenas 40 dias após o seu nascimento, como filho único de Nossa Senhora.

c) "não a conhecia até que ela desse à luz"

Em algumas traduções, aparece em S. Mateus: "José não conheceu Maria (= não teve relações com ela) até que ela desse à luz um filho (Jesus)". (Mt 1, 25). Explicação: Seria errado insinuar que depois daquele "até" José devia "conhecer" Maria". "Até", na linguagem bíblica, refere-se apenas ao passado. Exemplo: "Micol, filha de Saul, não teve filhos até ao dia de sua morte" (II Sm 6, 23). Ou então, falando Deus a Jacob do alto da escada que este vira em sonhos, disse-lhe: "Não te abandonarei, enquanto não se cumprir tudo o que disse" (Gn 28, 15). Quererá isso dizer que Deus o abandonaria depois? Em outra passagem, Jesus diz aos seus Apóstolos: "Eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos" (Mt 28, 20). Ora, o texto sagrado deixa claro que a palavra "até" é um reforço do milagre operado, a saber, a encarnação do verbo por obra do Espírito Santo, e não por obra de um homem (S. José).

extraído do blog olhai os lírios dos campos

Paixão de Cristo em Nova Jerusalém - Pernambuco

A Paróquia São Pedro e São Paulo está promovendo uma viagem para NOVA JERUSALÉM - Pernambuco para a Paixão de Cristo, o maior evento ao lar livre do mundo! O pacote custa R$ 140, 00 e traz incluso o ingresso. A data da Viagem é 15 de abril de 2011. Os interessados devem procurar Gilvânia ou ligar para 88390761


quinta-feira, 24 de março de 2011

Mestre, o que devo fazer para ganhar a vida eterna?

(Marcos 10,17-30) 

Marcos é o evangelista que consegue nos escandalizar e nos pegar de surpresa com perguntas “diretas” que também gostaríamos de fazer a Jesus mas nem sempre temos coragem, porque não sabemos qual será a resposta. Jesus é imprevisível. O seu amor tem uma lógica diferente da nossa. Às vezes nós achamos que para seguir Jesus ou para termos a vida eterna é necessário fazer grandes coisas, esperamos “tempos novos e milagrosos” que nunca irão chegar. A vida espiritual e o seguimento de Jesus se constroem no dia a dia. 

O evangelista, com uma vivacidade de contador de casos, nos diz que Jesus estava caminhando. Onde? Quando e como? São pormenores que gostaríamos de saber, mas o evangelho não é feito para satisfazer as nossas mesquinhas curiosidades. Alguém se aproximou de Jesus. Este texto é conhecido como o do “jovem rico”, mas na verdade nenhum dos evangelistas(Mt 19,16-30 e Lc 18,18-30) nos diz que ele fosse jovem. Pode ser, mas também pode ser que seja já um homem feito, maduro, que decepcionado da vida vai procurando soluções para suas angústias existenciais. 

Eu, pessoalmente penso que não era jovem mas adulto, com uma certa vida de riqueza, preso ao seu poder e domínio, mas desejos de se libertar. Este jovem somos cada um de nós que “corremos ao encontro de Jesus” e, provados pelas dificuldades e tristezas, “nos ajoelhamos diante dele” e lhe perguntamos: o que devemos fazer para possuir a vida eterna? Quem de nós não anda em certos momentos da vida com estas perguntas? Os místicos e entre eles João da Cruz, cheio de abandono e de confiança no Senhor, responde pacificando o nosso coração: “no entardecer da vida seremos julgados no amor!”

Jesus se maravilha de ser chamado de “Bom Mestre” porque somente Deus é bom e somente Deus é também o Mestre que desde o início da história humana tem caminhado conosco oferecendo-nos a beleza da lei, dos seus mandamentos. A cada dia preciso mais dos mandamentos de Deus: simples, poucos. Claro que qualquer pessoa, por pouco inteligente e inútil que seja, pode compreende-los. Fico maravilhado como hoje, mesmo o Catecismo é para a maioria inacessível pelos seus “termos e pela sua linguagem e conceitos”. Deus fala para se fazer compreender por todos os seus filhos amados.

Jesus, como bom mestre, não faz outra coisa que “relembrar” os mandamentos de Deus. É somente a vivência dos mandamentos de Deus que é necessário para entrar na posse da vida eterna, nada mais. Como é bonito isto, como Deus nos surpreende com seu amor e como é triste às vezes ver como em cima dos frágeis ombros dos nômades e peregrinos que somos nós nos são colocados fardos pesados. Mas diante da afirmação deste nosso irmão sem nome, porque tem o nosso nome, que está vivendo desde sua infância os mandamentos de Deus, Jesus olha mais longe e lhe faz a proposta da perfeição.

Jesus olha com amor os que vivem os mandamentos de Deus e para eles e elas faz uma proposta especial, de amor, de entrega. Jesus não admite a mediocridade, ele quer que nós sejamos generosos com ele. A proposta de Jesus é desconcertante, exigente, corajosa e ousada: “só te falta uma coisa”. O que falta a este homem angustiado, desejoso de perfeição? Vender tudo, dá-lo aos pobres e depois, livre e sem mais receio, seguir Jesus como autêntico mestre. O medo, o amor à riqueza faz recuar muitas vezes os que o Senhor chama. Os discípulos vêem que esta pessoa, diante da proposta de Jesus, porque era muito rica, se afasta. E o medo também entra no coração dos discípulos. Quem poderá salvar-se? Perguntam a Jesus. E ele responde: para Deus tudo é possível. Devemos confiar no amor de Cristo sem medo. Ele nos dará o cêntuplo aqui e a vida eterna se o seguirmos. Hoje celebramos a festa de Santa Teresa de Ávila e ela nos recorda: Ó Senhor meu, como nos aproveitamos mal de todos os bens que nos dais! Vossa Majestade buscando modos, maneiras e artifícios para mostrar o amor que nos tendes; nós, pouco experientes em amar-Vos!

Frei Patrício Sciadini ocd

quarta-feira, 23 de março de 2011

Hoje não fecheis os corações!

- Quarenta anos desgostou-me aquela raça..., seu coração não conheceu os meus caminhos” (Sl 94 (95) ,8-ll).

A Quaresma é tempo forte de conversão pessoal e comunitária. A vida cristã é conversão contínua e crescente. É um caminho a ser percorrido. Supõe um processo de vida. É um itinerário que se retoma sempre de novo, segundo o dom da graça e a capacidade de acolhida própria de cada um.


O pecado é o maior obstáculo à conversão. Pecar é estar no lugar errado. Não estar onde deveria estar. Adão não compareceu ao diálogo marcado com Deus. O pecado corrompe a pessoa. Impede a realização, desfigura sua identidade cristã, rompe a comunhão e a amizade com Deus e com os irmãos/ãs. Mais do que um ato, pecado é opção por uma orientação errada da vida. Os atos são conseqüências da orientação errada.


O tempo quaresmal constitui tempo de mudança no coração e na sociedade. Tempo de luta na superação de estruturas sociais e políticas geradoras de injustiça. Tempo de graça que nos convida a acolher a misericórdia do Pai, a renovar nossa adesão a Cristo e a confrontar o nosso estilo de vida com a Palavra de Deus. Assim, experimentaremos a força renovadora do amor de Deus que perdoa e reconcilia. A Quaresma, é por excelência, “o tempo favorável, o dia da salvação” (cf. 2 Cor 5,20), tempo de solidariedade para com o próximo, tempo de cristianizar a globalização...


A conversão leva a pessoa a viver plenamente a vida nova em Cristo, a empenhar-se lealmente no serviço do Evangelho e dos mais “pequeninos”, a dar testemunho vivo da verdade e da liberdade, da justiça e da paz, a promover e a defender a vida e a dignidade humana em todas as situações e circunstâncias.

(...)
Enfim, procuremos viver bem a espiritualidade quaresmal. Sejamos mais assíduos à escuta e à contemplação da Palavra de Deus. Busquemos espaço maior para a oração pessoal e comunitária. Façamos do jejum e da esmola meios de crescimento na justiça e na solidariedade fraterna. Multiplicando obras generosas e reacendendo a caridade, celebraremos com mais alegria a Páscoa do Senhor.

Revestidos de Cristo Ressuscitado, deixaremos o coração arder na pressa de anunciar: “Eu vi o Senhor” (Jo 20, 18) nos irmãos e irmãs de caminhada.


Dom Nelson Westrupp, SCJ

Bispo diocesano de Santo André (SP)

terça-feira, 22 de março de 2011

É preciso renunciar àquilo que agrada

Desde os tempos antigos, a quaresma foi considerada como um período de renovação da própria vida. As práticas a serem cumpridas eram, sobretudo, três: a oração, a luta contra o mal e o jejum. A oração para pedir a Deus forças para converter-se e acreditar no Evangelho. A luta contra o mal para dominar as paixões e o egoísmo. Por fim, o jejum. Para seguir o Mestre é preciso ter a força de esquecer de si mesmo, de não pensar no próprio conforto, mas no bem do seu irmão.


Assumir uma permanente atitude generosa e desinteressada é de fato difícil.
Este é o jejum. Mas pode o sofrimento ser uma coisa boa? Como pode agradar a Deus a nossa dor? Não! Deus não quer que o homem sofra. Todavia, para ajudar o necessitado, é preciso muitas vezes renunciar àquilo que agrada, e isso custa sacrifício.


Não é o jejum em si que é bom (às vezes é feito por motivos que não tem nada a ver com religião: há quem se alimente com parcimônia simplesmente para manter-se em boa forma física, para tornar-se elegante, para estar com boa saúde). O que agrada a Deus é que, com o alimento que se consegue economizar com o jejum, se alivia, pelo menos por um dia, a fome de um irmão.

Um livro muito antigo, muito lido pelos primeiros cristãos, o Pastor de Hermas, explica deste modo a ligação entre o jejum e a caridade: “Eis como deverás praticar o jejum: durante o dia de jejum, comerás somente pão e água, depois calcularás quanto terias gasto para o seu alimento naquele dia e oferecerás esse dinheiro a uma viúva, a um órfão ou a um pobre; assim tu te privarás de alguma coisa para que o teu sacrifício seja útil para alguém poder alimentar-se. Ele rezará ao Senhor por ti”.

“Se jejuares desse modo, o seu sacrifício será agradável a Deus”. Um famoso papa dos primeiros tempos da Igreja, chamado Leão Magno, dizia numa homilia: “Nós vos prescrevemos o jejum, lembrando-vos não só a abstinência, mas também as obras de misericórdia. Deste modo, o que tiverdes economizado nos gastos normais, se transforme em alimento para os pobres”. Quando foi instituída a quaresma, servia também como o tempo de preparação para a reconciliação. Na quaresma todos os cristãos são convocados a se aproximarem do sacramento da reconciliação.


Dom Moacyr José Vitti,CSS
Arcebispo de Curitiba-PR

segunda-feira, 21 de março de 2011

Conversão é um reencontro com Deus

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Causa-nos uma sensação de desconforto cada vez que ouvimos falar em penitência, ou mudança de vida. Aprendemos tão bem a lição (legítima), da autoestima, que parece tirar do esquema qualquer alusão a fraquezas nossas, ou pior ainda, a pecados. Trata-se de uma verdadeira crise de compreensão da penitência. Soa estranho aos ouvidos quando Jesus insiste na conversão do coração. Mas toda a crise traz em si a esperança de uma superação, para inaugurar tempos novos.

Precisamos ter clareza sobre o valor das penitências: jejuns, subir escadas de joelhos, flagelar-se, não comer carne, ou até carregar pedra na cabeça... Tudo isso pode ser feito, quando entregamos essa penitência a Cristo, para estarmos unidos a Ele na sua dor. “O sangue de Jesus nos purifica de todo pecado” (1 Jo 1, 7). Não é o nosso esforço que nos justifica. “Eis aquele que tira o pecado do mundo” (Jo 1, 29). A penitência, entendida como virtude, é um esforço permanente do cristão para se manter na santidade, e na perfeição. Também para  superar as fragilidades da vida. É um ideal jamais completado nesta vida. Ninguém deve ser cristão para ser penitente. Mas ao contrário, se deve ser penitente para ser bom cristão.

Essa verdadeira ascese deve nos acompanhar na vida. Mas a Santa Igreja nos convida, de maneira mais acentuada, no tempo quaresmal (como também em todas as sextas-feiras do ano). O que se pede é tão pouco, nada impossível de cumprir. A nossa Mãe Igreja nos pede um jejum mitigado, e a abstinência de alguma coisa que muito nos agrada. Isso na sexta-feira santa, como também nas demais sextas-feiras do ano (exceção é o tempo pascal). Essas penitências devem levar à coroa de todo arrependimento: a prática da caridade para com o próximo. Vejam como o Papa Bento XVI sugeriu penitências muito mais pesadas ao povo irlandês, para alcançar o perdão pelos pecados sexuais praticados pelo clero. Tenho certeza de que o povo católico da Irlanda vai aceitar tal purificação. Será um novo começo para uma comunidade mais fiel e mais santa. A Irlanda vai reencontrar o seu caminho de justificação, em Cristo.

Dom Aloísio Roque Oppermann

Confessor deve evitar o “complexo de culpa” no penitente

- O confessor deve evitar perigo de criar a “angústia do pecado” ou o “complexo de culpa” no penitente. Ele deve sublinhar o amor misericordioso de Deus. Foi o que disse Dom Gianfranco Girotti, Regente da Penitenciaria Apostólica, falando no “Curso sobre o Foro Íntimo”, realizado em 8 de março no Palácio da Chancelaria, em Roma.
 
Ao tomar a palavra durante as recentes Jornadas de Estudo Sobre o Sacramento da Penitência, promovidas há 21 anos pela Penitenciaria Apostólica, Dom Girotti enfatizou a importância dos sacerdotes estarem conscientes de seu papel num ministério “preciso e insubstituível”.

Ele acrescentou que é “absolutamente necessário que, para desenvolver adequada e fielmente seu ministério, cada confessor deve, por meio de um estudo assíduo, guiado pelo Magistério da Igreja e principalmente pela oração, procurar o conhecimento e a prudência necessárias para este fim”.

“Nos seminários, é verdade, a abordagem dada ao tema da confissão se restringe à teológica ou moral”, reconheceu. Entretanto, para agir adequadamente, o confessor “deve dispor também de conhecimentos sobre o que estabelece a Igreja em relação a determinadas situações que podem ocorrer no contexto da confissão”.

Daí a necessidade de os sacerdotes estarem preparados em termos “culturais, psicológicos e, principalmente, ascéticos”, compreendendo que são chamados a lidar com questões que “não exaltam, mas, ao contrário, revelam a debilidade e, por vezes, a baixeza da condição humana”.

Sem esquecer, por outro lado, que “a realidade humana é histórica e dinâmica, de modo que enquanto o julgamento abstrato possa permanecer o mesmo, a avaliação dos atos concretos exige uma sensibilidade moral e teológica muito elevada, para que não se aumente o já evidente distanciamento dos fiéis do Sacramento da Penitência”.

No confessionário, continuou ele, “podem ocorrer as circunstâncias mais inesperadas, que podem surpreender um sacerdote despreparado, como por exemplo em questões relacionadas à bioética”.

Por isso, lembrou o prelado, “o sacerdote tem sempre uma palavra de orientação a dizer sobre as delicadas questões referentes à prática médica moderna”.

Em situações difíceis, “o sacerdote pode consultar a Penitenciaria Apostólica, que atua quando o sacerdote não tem a atribuição de absolver, como também nos casos em que se julgar despreparado”, sugeriu.

Entre os conselhos dados aos sacerdotes, o Regente da Penitenciaria Apostólica chamou atenção para o fato de que o penitente “precisa ser encorajado a depositar toda a sua confiança na infinita misericórdia de Deus”, de modo que cada confissão deve “irromper em um canto alegre de louvor e de agradecimento ao Pai que primeiro nos amou”.

Ao mesmo tempo, lembrou, “ao se impor a penitência, é preciso ter em conta sua viabilidade concreta por parte do penitente, privilegiando as formas que ajudam a crescer espiritualmente, como participar da missa, comungar, ou também ajudar o próximo em dificuldades, conjugando vida interior e vida social”.

“Para um penitente que volta a se confessar após longos anos afastados da Igreja, é imprudente aplicar penitências complexas ou fatigantes, enquanto que para uma irmã de clausura se podem prescrever longas orações”, acrescentou.

Ao penitente cumpre, porém, “buscar a consciência do pecado e de suas consequências, fazendo nascer a firme decisão de abrir um novo capítulo em sua relação com Deus e com o próximo no seio da Igreja”.

Por isso, é bom lembrar que os fiéis que já atingiram a idade do discernimento estão obrigados a confessar os pecados mais graves ao menos uma vez por ano”, e que o penitente tem a opção de confessar seus pecados ao confessor de sua preferência, legitimamente aprovado, ainda que seja de outro rito”.

Além disso, o penitente tem também o direito de recorrer a um intérprete, “desde que, obviamente, seja evitados abusos, e que a observância da obrigação do segredo seja observada”.

Dom Girotti abordou, em seguida, as obrigações ligadas ao sigilo sacramental e ao segredo dos penitentes, um tema sempre prioritário para a Igreja, e cuja violação impõe penas extremamente severas, estabelecidas no IV Concílio Lateranense de 1125, que promulgou a primeira legislação sobre o assunto.

A este propósito, lembrou que o Código de Direito Canônico (Can. 1550, §2, 2°) exclui como “incapazes de prestar testemunho em juízo os sacerdotes, relativamente a tudo aquilo que vieram a saber no âmbito da confissão sacramental, mesmo no caso de ser o próprio penitente a requerê-lo”.

Caso contrário, observou, o sacerdote estaria “pecando com injustiça contra o penitente e com sacrilégio contra o próprio sacramento”, traindo “a confiança nele depositada pelo fiel enquanto ministro de Deus” e tornando “odioso o Sacramento da Penitência aos olhos dos fiéis”.

Além disso, prosseguiu Dom Girotti, “o sacerdote está obrigado pelo sigilo sacramental em relação a qualquer pessoa, incluindo o próprio penitente. Assim, se o confessor quiser falar com o penitente sobre os pecados confessados, precisará de sua permissão, a menos que isto se dê imediatamente após a confissão”.

E enfatizou que “nem mesmo a morte do penitente poderá desobrigar o confessor deste vínculo”.

Finalmente, Dom Girotti lembrou que a Igreja, a partir de um decreto proferido em 1988 pela Congregação para a Doutrina da Fé, pune com severidade particular também “aquele que viola o segredo sacramental registrando por meio de instrumentos técnicos, ou divulgando por quaisquer meios de comunicação, o que foi dito pelo confessor ao penitente”.

“Neste caso” – concluiu – “o interessado incorre na pena específica da excomunhão latae sententiae”.



por
Agência Zênit

sábado, 19 de março de 2011

NASCE UM GRANDE SERVO DE DEUS


            No ano 2000 um jovem rapaz, recebe um chamado do Senhor, para ser um sacerdote da igreja católica. Este jovem obediente a vontade do Pai Celeste, aceita e decide ir à busca da sua vocação. Ao comunicar a seus pais, os mesmo se assustaram com tal idéia, pois em seus sonhos aquela vocação não tinha espaço, já que eles sabiam que a vida do filho seria de muita dedicação e escolhas difíceis. Contudo no ano de 2000 o jovem rapaz ingressou no Seminário São João Maria Vianney, em Campina Grande. As dificuldades em sua caminhada começaram cedo, mas o jovem rapaz estava destinado a enfrentar qualquer barreira que viesse a sua frente, pois sua vocação era o mais importante que tudo. Todas as pedras que inicialmente apareceram foram desviadas, no entanto, apareceu a primeira grande barreira, o jovem rapaz que já estava no seminário há alguns anos foi mandado para outro seminário, este localizado no estado de São Paulo, onde verdadeiramente foi testada a sua vocação, lá os padres eram mais ríspidos do que os de costume, e neste mesmo ano em que foi mandado para SP o jovem rapaz adoeceu, e teve momentos de grandiosas dificuldades. Então o jovem resolveu voltar para a Diocese de Campina Grande (seminário), onde foi rejeitado, e o dispensarão do seminário. Quanta tristeza em seu coração foi implantada naquele momento, onde parecia que toda a vocação e todo o sonho de ser um Servo do Senhor tinham sido destruídos. Contudo o rapaz ainda enfraquecido, reuniu suas ultimas forças e com coragem, decidiu procurar o Bispo da Arquidiocese da Paraíba ( Seminário de João Pessoa), para mais uma vez mostrar sua vocação e poder realizar seu grande sonho o de ser Padre. Não foi fácil, e o jovem rapaz por um instante pensou, que Deus havia lhe abandonado, no entanto, Deus já tinha preparado todo o seu caminho, mas precisava testar aquele jovem, ter a certeza se o rapaz servia ou não para sua obra. E Deus observou que sim, e mandou um anjo para ajudá - lo, mas foi um anjo de carne e osso (um Padre que já fazia parte da Arquidiocese), e encontrou o rapaz, que lhe contou toda sua história de peregrinação para conseguir realizar seu sonho. “O Padre anjo” conseguiu uma audiência para o jovem com o Bispo, e o Bispo depois de escutar-lhe, e ver o tamanho do seu amor, da sua vocação e da sua coragem, o aceitou em sua Arquidiocese, então no mesmo ano o jovem iniciou seus estudos no Seminário Arquidiocesano da Paraíba Imaculada Conceição, e começou a trilhar um grandioso caminho, logo o tempo passou e começaram os estágios, tempos nada fáceis, mas tempos prazerosos, pois o jovem sabia que sua missão estava próxima de se concretizar. Os estágios eram realizados em diversos lugares, entre eles, Caporã, Cristo, e Tibiri, um pequeno bairro na cidade de Santa Rita. Então foi neste Bairro que este jovem foi ordenado Diácono no ano de 2009, e continuou sua missão neste mesmo bairro.
            No ano de 2010, exatamente no dia 19 de março, na Catedral de Nossa Senhora das Neves, o jovem rapaz, com 29 anos de idade, teve a grande Vitória: sua Ordenação Presbiteral., onde recebeu o honroso titulo de Padre Dalmo Radimack da Silva,  e logo depois de sua ordenação recebeu o titulo de Vigário da Paróquia São Pedro e São Paulo em Tibiri, no mesmo ano no mês de outubro, o jovem Padre assumiu o titulo de Padre Administrador da Paróquia São Pedro e São Paulo, no mesmo município, onde hoje atua como Padre.
            A caminhada do jovem rapaz que, cedo descobriu sua vocação não foi fácil, mas ele conseguiu sua vitória e hoje é um Padre, repleto de fé, vigor , amor, dedicação,  atitude, e o mais importante buscar viver o que esta escrito no Evangelho do senhor e que a cada dia descobre que em sua caminhada, as pedras irão aparecer, no entanto , ele desviará todas, pois sua missão é maior que qualquer barreira.
             Padre Dalmo as críticas impiedosas e implacáveis, podem aparecer, mais saiba que são apenas entulhos e que um Deus que te ama , zela por você a cada minuto e te guiou para que você chegasse até aqui, Ele confia em ti e sabe de toda a sua capacidade para guiar seu rebanho.
            Nós da Paróquia São Pedro e São Paulo, estamos agradecidos e felizes, por termos a honra de uma pessoa tão especial e amada por Deus, esta em nosso meio, por isso essa pequena homenagem para que o Senhor saiba o quanto és importante para nós.
            Parabéns pelo seu primeiro ano de sacerdócio e por todo o trabalho realizado.

Depoimentos de alguns amigos...


Abaixo o senhor lerá depoimentos e mensagens de pessoa que participaram as sua longa caminhada, seus amigos, pessoas que verdadeiramente te admiram.
 


1)

Paz e bem.
Celebrar seu primeiro ano de vida sacerdotal é pra mim a certeza que Deus não abandona jamais o seu povo.
Olhando pra você hoje me faz acreditar que vale apena lutar, bem sei o quando foi difícil pra você, mas é bem verdade também que Deus cuida de sua vida com um amor incondicional.
Somente aquele que se deixa ser amado é capaz de amar verdadeiramente. O padre é essa pessoa que primeiro faz a experiência de ser amado para se doar totalmente ao outro. O modelo e a medida desse amor será sempre Jesus Cristo, que te chamou para segui-lo.Não tenha medo padre Dalmo, você não esta sozinho. Quando o desânimo e o cansaço chegar, olha para Cristo crucificado e verás que ainda tens muita força para lutar.
Parabéns!!!
Obrigado por sua amizade e aprendizado.
Fraternalmente em Cristo Jesus,
José Vitório

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2)

Meu querido irmão no sacerdócio padre Dalmo muito me honra ser seu amigo e irmão.
O chamado de Deus nos aproximou e nos fez caminharmos juntos.Seja feliz, a luta pela vida sempre penetrou nas alamedas dos que exigem pouco para serem felizes.
A oblação que fizestes a Deus e aos irmãos estimula a me oferecer também, me sinto feliz pela sua existência e pelo seu sim renovado todos os dias.
Neste dia festivo em que solenemente festejamos São José, fomos agraciados juntos a testemunharmos Jesus Cristo.Parabenizo pelo seu primeiro ano de vida sacerdotal. Que Deus derrame abundantemente suas bênçãos sobre você e que a Virgem Mãe protetora de todos nós, seja medianeira de todas as horas.
Obrigado por você ser meu grande amigo.

Um fraterno abraço,
Pe Luiz José.


3 )

Neste dia, tão especial e importante para si e para todos os que de alguma forma, durante estes 8 anos, sentiram o amor e presença de Deus através de si, pelas suas palavras, pelo seu perdão, pela sua bênção, pelas suas homilias e consagrações onde celebra o “verdadeiro sacrifício do Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo”, quero agradecer ao PAI a sua vida e VOCAÇÃO e agradecer-lhe, a si, o ter deixado tudo, pais, irmãos, a sua vida pessoal, para se dedicar ao serviço de todos os que precisam de PAZ e BEM.
E sinto-me imensamente honrada em alem de ter vc como sacerdote,ser sua irmã...

Paz e Força sempre!!!
Danusa Dannielle


4)
Meu Querido Filhinho Padre Dalmo, Parabéns pelo seu primeiro ano de sacerdócio, você é uma pessoa muito especial, para nós e para Deus, nós que recebemos a grande benção de ter você em nossas vidas. Coloque Deus conscientemente, em tudo o que faz, em todos os seus problemas, e verificará que seus sofrimentos se transformarão em experiência e aprendizado. Meu Filhinho ninguém consegue progredir, sem sofrer, seja forte e não desanime nunca. O senhor está com Você e Nossa Mãezinha esta sempre lhe guardando.
Um forte abraço e um beijão de sua mãe postiça...
Carmem Lúcia

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5)
Ao meu amigo/irmão Dalmo, para mim é uma honra imensa fazer parte, mesmo que distante, de mais um momento especial em sua vida... que é o seu primeiro aniversário como ministro do Senhor! Quanta alegria!!
Quanta alegria poder parabenizá-lo por mais esta vitória... Agradeço muito a Deus por Ele ter sido tão presente em sua vida, segurado sua mão, lhe transmitido muita força, discernimento e paciência para superar as inúmeras provações que surgiram ao longo de sua caminhada e feito-o vitorioso naquele 19 de março de 2010. É emocionante vê-lo servindo, e muito bem, ao Seu reino. Agradeço também a Ele por ter me dado a oportunidade de tê-lo no topo do meu minúsculo ciclo de amizade e por ter participado de sua caminhada rumo ao sacerdócio. Gostaria, neste dia, de homenageá-lo através de uma linda mensagem, mas não é fácil falar, pois as palavras não seriam capazes de expressar o ser humano fantástico e abençoado que é... então eu só agradeço, primeiramente a Deus e depois a você, por tudo!...

Aos paroquianos da São Pedro e São Paulo deixo minhas breves palavras: agradeçam e rezem muito pelo sacerdote completo que vocês tem... ele é uma joia rara de nosso Senhor, um verdadeiro pastor!... Aproveitem bastante seus magníficos dons, pois além de ser um amigo extraordinário é um excelente conselheiro, inteligente, ótimo escritor e poeta, músico brilhante, etc, etc e etc... Sejam o complemento da família dele aí em Tibiri!
Dalmo (ainda é muito estranho chama-lo de padre Dalmo...rsrs), que Deus continue derramando muitas e muitas bênçãos sobre sua vida... muita saúde, paz, amor, paciência e tudo o que for necessário para a sua completa felicidade. Que seus ministérios sejam renovados a cada dia na Ressurreição de nosso Senhor Jesus Cristo e no Amor de nossa querida Mãe Maria! Continuo contando com suas orações, assim como estás sempre nas nossas!

Para terminar, deixo aqui (minha pequena homenagem) nas palavras do querido e sábio filósofo Khalil Gibran em seu livro “O Profeta”, um pequeno trecho onde ele fala da amizade:
“Vosso amigo é a satisfação de vossas necessidades.
Ele é o campo que semeais com carinho e ceifais com agradecimento.
É vossa mesa e vossa lareira.
Pois ides a ele com vossa fome e procurais em busca de paz.
Quando vosso amigo expressa seu pensamento, não temais o ‘não’ de vossa própria opinião, nem prendais o ‘sim’.
E quando ele se cala, que vosso coração continue a ouvir o seu coração,
porque na amizade, todos os desejos, ideais, esperanças, nascem e são partilhados sem palavras, numa alegria silenciosa.
Quando vos separais de vosso amigo, não vos aflijais.
Pois o que amais nele pode tornar-se mais claro na sua ausência, como para o alpinista a montanha aparece mais clara, vista da planície.
E que não haja outra finalidade na amizade a não ser o amadurecimento do espírito.
Pois o amor que procura outra coisa a não ser a revelação de seu próprio mistério não é amor, mas uma rede armada, e somente o inaproveitável é nela apanhado.
E que o melhor de vós próprios seja para vosso amigo.
Se ele deve conhecer o fluxo de vossa maré, que conheça também o seu refluxo.
Pois, que achais seja vosso amigo para que o procureis somente a fim de matar o tempo?
Procurai-o sempre com horas para viver:
O papel do amigo é encher vossa necessidade, não vosso vazio.
E na doçura da amizade, que haja risos e o partilhar dos prazeres.
Pois no orvalho de pequenas coisas, o coração encontra sua manhã e sente-se refrescado.”
“Paz e força sempre!”
Um forte abraço da sua amiga (e amigos) de ontem, hoje e sempre...
Juliana B. Nóbrega (F.S.) e família.
OBS: Dona Diana manda um cheiro e um abraço bem grande e pergunta quando é que você vai vir tomar café com sorda e biscoito (rsrsrs). Ah, os outros membros da família parabenizam-no e, ao mesmo tempo, cobram a sua visita.


6)
Paz e Força sempre!
            Com esta saudação você marcou nossas vidas. Realmente, é preciso muita força para manter a paz nos momentos difíceis, é preciso força para fazer o que é certo. É preciso força para buscar o que é justo, e é em meio às duras batalhas é preciso muita força para manter a consciência em paz.
            Este é seu primeiro ano de Padre, por muito pouco não é nosso padre, mas os sonhos continuam vivos e quem sabe um dia Cristo Bom Pastor reúna nossas vidas de novo. Saiba que nossas orações sempre lhe incluem e que esta paróquia é sempre sua mãe e como é de costume, paz e força sempre.

Paróquia Nossa Senhora da Conceição - Caaporã