sábado, 28 de agosto de 2010

O Reino de Deus e o banquete dos homens

A Liturgia deste ano é marcada pelo Evangelho de São Lucas e ele em três ocasiões (Lc 7,36; 11,37; 14,1), fala sobre refeições de Jesus na casa de fariseus. A casa dos fariseus é sempre apresentada como local onde Jesus expõe com veemência seu ensinamento. Neste cenário, encontramos duas parábolas, em vista de dois destinatários. Para todos os convidados, a primeira parábola, já para o dono da casa a segunda. A primeira fala sobre a ganância de se procurar sempre os primeiros lugares. Na crítica de Jesus, talvez quem esteja no primeiro lugar, não seja quem de fato deva estar. A isto será efetuada a correção, a Justiça, quando quem é mais importante é convidado. E com uma grande dose de ironia, Jesus diz que este lugar é justamente para quem se encontra no último lugar. Eis o cunho renovador do Reino de Deus, a mudança da ordem estabelecida neste mundo. Em conclusão, uma pérola: quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado. Pérola por se tratar de um tema muito caro a este Evangelho, tanto é que se faz presente no Magnificat (Lc 1,51-52), se fundamentando ao longo de todo o Evangelho. Está sentença promove um juízo sobre o nosso mundo, um julgamento sobre aquele que se exalta e aquele que se humilha, revelando a nova ordem trazida pelo Reino: a glória e o poder buscados com fervor pelo pensamento vigente, pode nos afastar do Reino fundado na doação de si, na caridade e na justiça. A segunda parábola é destinada a quem convidou Jesus. Os interesses mesquinhos presentes na maioria dos banquetes preparados pelos poderosos só tem como finalidade exibir para os outros o que se possui; buscar agradar alguem de quem se espera algo em troca, favorecimentos e benefícios próprios; errebanhar aliados para as estruturas velhas de poder. A estes interesses, Jesus apresenta os seus interesses, o banquete do Reino, destinado a quem nada pode dar em troca, os pobres, aleijados, coxos e cegos. Este banquete ofertado aos pobres é na verdade a expressao de sua dignidade e do amor de Deus que se fez pobre para nos enriquecer com sua pobreza. É o próprio banquete eucarístico onde a comunhão com Jesus nos leva à comunhão entre irmãos no Reino de Justiça, Paz e Amor.

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